Pelé, indiscutivelmente o maior jogador de futebol da história, foi um ícone não só por sua atuação magnífica dentro de campo, dando-lhe a alcunha de Rei, mas também pela sua importância de forma progressista para o esporte e a sociedade. Ele atuou em alguns filmes, além de inúmeros documentários, se aventurando também pelas telas do cinema.
No filme “Fuga para a Vitória”, que se passa durante a Segunda Guerra Mundial e é uma propaganda contra o nazismo, Pelé foi um dos protagonistas ao lado de Michael Caine e Sylvester Stallone, famosos atores de Hollywood, mas o Rei foi a estrela dentro dos campos e na relevância da trama. Na história das telas, Pelé interpretou um preso político pelo regime nazista, que foi convocado para jogar no time dos presidiários contra a seleção alemã; a ideia, por trás da partida, era que os nazistas jogassem e derrotassem a equipe dos presos aliados como propaganda de seu regime, entretanto, os aliados planejavam utilizar o intervalo do jogo para fugirem.
Pelé, no filme, não só protagoniza uma propaganda contra o regime nazista, mas o faz por meio do futebol brasileiro, fazendo todos ficarem, atônitos, admirando suas jogadas – que ele pessoalmente decidiu quais seriam – e sua tradicional bicicleta. Diversos personagens do filme aplaudem o Rei jogar, sejam opositores, aliados ou torcedores, mostrando que não há quem não fique de queixo caído o vendo jogar.
Isto não é pouca coisa. O futebol brasileiro sempre foi a forma do povo pobre se rebelar contra os que os oprimem, sendo um esporte de pessoas saídas de todos os cantos do país, dos mais pobres aos mais distantes, mostrando que as potências imperialistas não conseguem se criar dentro de campo contra o jeito brasileiro de jogar, de forma ofensiva e com uma beleza sem igual. Pelé fez isso no filme e levou o recado do futebol brasileiro, em seu caráter mais progressista, para as telas de todo o mundo.
Dentre os cantos da torcida Santista, a Vila Belmiro sempre ouve os gritos de “só o Pelé já parou uma guerra” e este trecho não é à toa. O Rei parou uma guerra civil na Nigéria, em 1969, pois todos queriam vê-lo jogar pessoalmente – algo inédito para um país africano que vivia uma crise. Muito além das telas, o que Pelé fez em campo não pode ser comparado com nenhum outro jogador, tendo um valor único para todos os povos oprimidos e levando o futebol nacional adiante para todos os cantos do mundo.
Só o Pelé já parou uma guerra e só o Pelé é o Rei do Futebol.