Em novembro de 2022, a montadora General Motors (GM) promoveu a demissão de lideranças sindicais, uma medida que atenta contra os direitos e a luta dos trabalhadores. Diante disso, a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados deliberou a favor de um requerimento para convocar a GM para que explique as demissões dos dirigentes sindicais Luiz Carlos Prates (mais conhecido como Mancha) e Gilvan Landim.
A demissão de lideranças sindicais é uma afronta aos direitos trabalhistas postos na Constituição de 1988, que prevê, no artigo 8, a estabilidade das direções sindicais e a garantia da livre associação sindical. Isso mostra como o golpe de 2016 ainda está vigente e que a burguesia não está disposta a ceder terreno aos trabalhadores. Nesse sentido, não se pode esperar, num período próximo, uma flexibilidade por parte da burguesia. Pelo contrário, a tendência é de acentuar os ataques aos trabalhadores.
Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, Mancha e Gilvan foram demitidos em decisão unilateral da GM, em novembro, e “a empresa sequer deu explicações sobre o motivo dos desligamentos”. Ou seja, a demissão desses companheiros foi um movimento de atacar e desmoralizar o movimento sindical, uma provocação a toda classe trabalhadora.
“Não aceitaremos o desrespeito à liberdade de organização e essa perseguição política inadmissível. Nós, dirigentes sindicais, precisamos ter garantia de emprego para poder continuar defendendo os direitos dos trabalhadores”, disse o líder sindical Mancha
Mesmo com a eleição de Lula, o golpe de 2016 ainda continua vigente. Sua vitória foi uma resposta ao golpe, mas não sua superação. Ainda há muita luta a ser travada, inclusive dentro do próprio governo eleito. Nunca na história a burguesia cedeu um centímetro sem que houvesse uma dura batalha por parte dos trabalhadores, e não há indícios de novidade nos dias atuais.
Nesse sentido, só a mobilização dos trabalhadores organizados poderá reverter essa situação. É uma ação necessária não só para defender os direitos mais urgentes dos trabalhadores, como a estabilidade das lideranças sindicais e a livre associação sindical, como também a defesa do governo Lula, que já é alvo de ataques por parte da burguesia, e também será boicotado por dentro.