A mudança na lei das estatais, que facilitaria a indicação de Aloizio Mercadante (PT), economista próximo a Lula para a presidência do BNDES, foi aprovada rapidamente na Câmara. No entanto, após a repercussão do imperialismo, demonstrada pela imprensa burguesa, o Senado, casa mais reacionária do Congresso, barrou a lei. Na última quinta-feira, Rodrigo Pacheco (PSD), demonstrou a que serve a chamada câmara alta, não incluindo a votação da medida na pauta, e não a confirmou para a pauta na semana que vem, empacando a tramitação.
O caráter do Senado é fundamental para compreender a questão. Ao passo em que a Câmara dos Deputados reúne mais de 500 parlamentares, ela abre espaço para que mais interesses sejam colocados, inclusive interesses nacionais, da burguesia nacional. O Senado, porém, possui menos de um sexto em número de representantes, o que permite um controle muito mais firme do imperialismo. Não só isso, são parlamentares mais velhos e com mandatos mais longos, facilitando ainda mais a ingerência do capital internacional.
Na prática, o Senado funciona como um controle de qualidade do trabalho na Câmara, operado pelo imperialismo. Através do Senado, qualquer coisa que saia do controle da burguesia imperialista na Câmara, onde a situação é mais caótica, é controlada, e a lei das estatais, que favorece o governo Lula, é exemplo disso. Arthur Lira, por seus próprios motivos, atuou contra o interesse do imperialismo, o Senado barrou o andamento da matéria.
Mercadante no BNDES, finalmente, levaria à frente uma política desenvolvimentista, o que significa crédito barato para a indústria nacional, numa disputa direta com os bancos privados, cujas taxas de juro são abusivas e um entrave ao desenvolvimento econômico do Brasil. O BNDES, operado sob a lógica do governo Lula, com um homem de confiança como Aloizio Mercadante, abriria espaço ainda para a retomada do desenvolvimento industrial do Brasil em todas as áreas. Em especial nas destruídas pela Lava Jato, operação do imperialismo para golpear o País e acabar com diversos ramos da indústria nacional.
Nesse sentido, fica claro o compromisso do Senado e sua função. Por isso é necessário exigir o fim do Senado, uma casa que tem por objetivo apenas restringir a atuação do Congresso, barrando qualquer medida nacional que por circunstâncias diversas possa ser aprovada na Câmara. O Senado é uma casa antidemocrática, cujos mandatos são maiores, e os membros mais restritos, é um salão do imperialismo para o controle do poder legislativo brasileiro.