Catar

Lava Jato do Catar prende vice-presidente do Parlamento europeu

Mais um episódio da campanha contra o Catar

Uma das 14 pessoas que ocupam a vice-presidência do Parlamento Europeu, a grega Eva Kaili do Pasok (Movimento Socialista Pan-Helênico), foi presa pela polícia belga devido, segundo a imprensa europeia, a uma investigação do Ministério Público belga sobre corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. A particularidade que torna o caso interessante é o fato de que o Catar, atual país sede da Copa do Mundo, ou, melhor, o seu governo estaria envolvido. Teriam cometido o crime inédito de comprar os incorruptíveis parlamentares europeus, junto aos norte-americanos os mais íntegros do mundo todo, para fazer valer seus interesses; no caso específico, conquistar o “direito” de sediar o maior e mais popular acontecimento esportivo do mundo. Algo que o governo de um país civilizado, e grande defensor dos “direitos humanos” e das minorias, como os Estados Unidos ou a França, jamais faria!

É evidente que o caso faz parte de toda a campanha levada adiante contra o Catar, e se ilude aquele que acha se tratar de uma questão “democrática” ou de “direitos humanos”, mas não precisamos entrar nestes pormenores já muito explicados neste Diário. Por que a investigação estaria sendo levada adiante justamente neste momento, em que o torneio já começou, quando a decisão de que o país árabe sediaria a Copa do Mundo foi feita em 2010, ou seja, doze anos atrás? É evidente que se trata de um caso em que o imperialismo faz uso de acusações de “corrupção” para atacar o Catar, e os povos árabes que têm usado dos holofotes trazidos pelo espetáculo para defender a todo momento os palestinos e denunciar os crimes do imperialismo e do estado nazista de Israel no Oriente Médio.

A “corrupção” é a norma em um regime burguês. Isso significa que toda grande campanha “contra a corrupção” nada mais é do que uma luta política, nada tem a ver com corrupção de fato. Em geral, como o judiciário do mundo quase todo está no bolso do imperialismo, é uma maneira de combater os inimigos, em maior ou menor medida, do grande capital. Temos o caso da Lava Jato no Brasil e a prisão do Presidente Lula, as acusações contra Cristina Kirchner na Argentina etc. Trata-se sempre de uma luta política. Beira o ridículo acreditar que um país como o Brasil, o Catar ou qualquer outro país atrasado, seria mais corrupto do que um Estados Unidos ou uma França. Por um acaso um país atrasado entregaria o pouco que conseguiu construir depois de muita luta para os grandes especuladores internacionais praticamente de graça sem todo tipo de maracutaia? É evidente que não.

A esquerda brasileira tem que superar a verdadeira mentalidade “colonial”, e não a herança deixada aqui pelos portugueses que ajudaram a fundar este país, que se apoderou dela, ou seja, tem de parar de seguir a política cor de rosa e identitária do imperialismo. Se trata de uma mera ilusão. Ainda que a tristeza seja gigantesca com a derrota do melhor futebol do mundo, que a Copa do Mundo do Catar seja bem sucedida, e que tenhamos um campeão inédito, nada de França ou Argentina.

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