A burguesia brasileiro tem uma política de renegar os principais personagens do País. Essa ideologia, que vê tudo o que o Brasil produziu como algo negativo ou não tão positivo quanto parece, é transmitida para a classe média, que repete essa ideia nos jornais, universidades etc.
A classe média de esquerda acredita que isso é ter espírito crítico, quando, na verdade, está apenas repetindo uma ideologia da burguesia, que por sua vez só está expressando sua subserviência diante do imperialismo. Os países imperialistas são os maiores interessados em convencer o brasileiro de que é inferior. O objetivo é facilitar a pilhagem do Brasil.
No futebol acontece exatamente a mesma coisa. O Brasil é o País do futebol, o maior vencedor, tem os melhores jogadores da história, mas é muito comum encontrar um artigo da imprensa capitalistas tentando nos convencer do contrário, e isso acontece de várias maneiras.
Os ataques contra Pelé são uma expressão bem clara dessa política da burguesia. Pelé é o maior atleta do século XX. Poderíamos dizer que Pelé, pela sua importância e pela importância que o futebol adquiriu como o esporte mais popular do mundo, é o atleta mais importante da história. Esse personagem magnífico é brasileiro e negro, mas isso, para a burguesia e a classe média, é indiferente.
A importância de Pelé é tão grande, que é impossível conseguir esconder. Assim, começam a chover calúnias e coisas sobre sua vida pessoal. E isso é tão marcante que, mesmo no momento em que o Rei do futebol está em estado delicado no hospital, não param de aparecer essas críticas.
A suposta rejeição de Pelé a uma filha é a que mais aparece. Em 1991, uma mulher se aparesentou no programa sensacionalista do SBT, “Aqui, agora”, dizendo ser filha de Pelé. O ex-jogador teria duvidado, com o argumento de que é comum aparecer coisas assim. Os exames confirmaram a paternidade. Pelé preferiu não conviver com essa filha, mas dava pensão inclusive aos netos.
A atitude do Rei do futebol pode ser questionada? Sim, embora a história dê muita margem para interpretações. Contudo, a única interpretação que aparece desse acontecimento é a de que o Rei do futebol seria um crápula, um pai ausente etc.
O cinismo desse caso está justamente no fato de que Pelé é um jogador de futebol. Independentemente do que ele fez fora de campo, ele não é o Rei da paternidade, ele é rei por ser um gênio do futebol.
Outro ataque comum contra Pelé é a divulgação constante de alguém melhor do que ele no futebol. Atualmente, apesar ser uma piada para quem acompanha o futebol, é comum comparar Pelé com Messi e Cristiano Ronaldo. Em outros tempos, a comparação foi com Maradona.
O próprio Pelé já respondeu bem a esse tipo de coisa. Em certo momento, ele afirmou que o que provava que ele tinha sido o melhor jogador do mundo era justamente a tentativa de compara-lo com outros. Para isso, inventam coisas absurdas como que no passado era mais fácil jogar.
Essas comparações não são inocentes. Elas servem àqueles que querem rebaixar o Brasil rebaixando seu maior ídolo.
Esse tratamento dado a Pelé no Brasil é como se um espanhol destratar Cervantes, um português denegrisse Camões ou um inglês rebaixasse Shakespeare. Cada um na sua área e no seu momento, tem uma importância para essas nações.
Pelé fez o Brasil ser reconhecido no mundo todo, não por uma via secundária. O futebol brasileiro fez do Brasil uma potência mundial no esporte mais popular e lucrativo do mundo, e Pelé foi o personagem principal disso.
Através de Pelé e dos outros craques brasileiros, o Brasil influenciou o mundo todo, incluindo os países imperialistas. Basta ver que na Copa do Mundo hoje, quanto mais “brasileiras” são as seleções, melhores são os resultados. O mundo imita o futebol brasileiro e Pelé é o patamar mais alto a que chegou esse esporte, o artista maior do futebol arte.
Pelé é brasileiro, é negro retinto, veio da pobreza, do interior de Minas e virou Rei. É disso que o povo precisa se orgulhar, porque Pelé é parte do nosso povo.