Parece que o final deste ano está sendo utilizado para deixar os metalúrgicos de sobreaviso no que se refere às demissões.
Na quinta-feira (01), a fábrica de motores da Stellantis, localizada em Campo Largo, cidade do Paraná, fechou as portas e deixou 210 trabalhadores sem emprego. A montadora está nesse local há 23 anos e, desde 2008, a Fiat é quem controlava a fábrica que produz motores. A partir de 2021, com a fusão da Fiat com a Citroën, Peugeot, Chrysler e Jeep, o novo grupo é quem a controlava.
Conforme informações da própria empresa, os motores das marcas serão todos produzidos na montadora de Betim, zona metropolitana de Minas Gerais.
Em novembro (01) a Stellantis afirmou que iria fazer a realocação de seus funcionários para outras unidades, e foi isso que aconteceu: os trabalhadores foram para o olho da rua.
Seguindo o exemplo
No início de 2021, a montadora Ford fechou suas fábricas aqui no País e deixou dezenas de milhares de operários sem emprego e, consequentemente, os familiares que dependem deles. Uma atitude reacionária da montadora que, sem dar nenhuma explicação, deu um pé no traseiro dos trabalhadores, foi embora e deixou-os na mão. Assim também fez a Audi, Mercedes Benz de Iracemápolis na cidade de São Paulo.
É preciso que o movimento sindical fique atento às atitudes perversas das multinacionais automobilísticas quanto aos brutais ataques a seus funcionários.
Em setembro, a Mercedes Benz, novamente, ameaçou de demissões mais de 3.600 trabalhadores, do total de 10.400, o equivalente a 35% do quadro de funcionários da montadora de São Bernardo do Campo.
Não às demissões
No momento em que a Ford foi embora e outras fábricas fecharam as portas, os sindicatos estavam em casa, de férias, com as portas das entidades fechadas e, até agora, não conseguiram sair do estado de letargia.
Naquele período, ainda se colocava como desculpa a pandemia da COVID-19, uma política mesmo assim equivocada. Agora, entretanto, não há desculpa para permanecerem nessa situação.
Agir!
Os patrões vêm se aproveitando da paralisia das direções dos sindicatos para, novamente, desferir mais um brutal ataque contra os trabalhadores.
É preciso mobilizar imediatamente os trabalhadores para barrar as demissões dos metalúrgicos da Stellantis, com o apoio da fábrica de Betim, ocupando suas instalações até que sejam revertidas as demissões.
Por fim, é preciso lutar pela proibição das demissões, pela divisão das horas de trabalho necessárias entre os empregados, reduzindo a jornada, sem reduzir os salários, dentre outras medidas emergenciais.
Para impulsionar essa luta é preciso criar em todo o País Comitês de Luta contra o desemprego, reunindo trabalhadores demitidos e empregados.