Na 11ª aula do Módulo 2 do curso Brasil: uma interpretação de 500 anos de história, o companheiro Rui Costa Pimenta continuou a falar sobre os acontecimentos que levaram o Brasil à independência e que demonstram que esse acontecimento foi uma verdadeira revolução.
O fato fundamental, que já havia sido exposto anteriormente e deve ser compreendido por todos, é que houve uma revolução em Portugal, na cidade do Porto em 1820, e essa revolução teve efeitos que atingiram o Brasil, tornando-se uma outra revolução: a independência brasileira.
A cronologia apresentada pelo companheiro Rui nessa aula já é a partir do ano de 1821. Naquele momento, os liberais já haviam tomado controle do governo de Portugal e procuravam retomar o pacto colonial com o Brasil, abolido anteriormente por Dom João VI.
Conforme explicado na aula, em março de 1821, Dom João VI volta para Portugal, por pressão do governo português, deixando Dom Pedro I como Príncipe Regente no Brasil. Dom Pedro, que era visto como uma liderança do próprio movimento constitucionalista no país, passou a enfrentar uma pressão intensa por parte dos portugueses, que queriam recolonizar o Brasil.
Em abril deste mesmo ano, as Cortes de Lisboa aprovam o estabelecimento de juntas governativas em todos os Estados do Brasil, essas juntas deveriam responder diretamente a Portugal. Trata-se de uma manobra política para minar o governo central do Brasil e pressioná-lo através dos Estados nacionais.
José Bonifácio, um importante conselheiro da Coroa no Brasil, percebe a manobra política dos portugueses e propõe que a junta de São Paulo, da qual se torna vice-presidente, seja solidária ao regime do Príncipe Regente, Dom Pedro.
O companheiro Rui explica que essa agudeza e percepção política apurada de José Bonifácio se dá porque ele já havia sido membro da burocracia de Portugal e tinha conhecimento desse tipo de manobras e esquemas, feitas a todo o tempo pelos governos portugueses e brasileiros.
José Bonifácio era a favor da Independência e a partir daí, ele faz uma aliança com Dom Pedro I para levar adiante essa política – trata-se de uma manobra extremamente ousada, contar com um membro da Coroa para conquistar a independência do Brasil.
Ele compreende, portanto, a importância de Dom Pedro no Brasil. Quando, em dezembro, chegam dois decretos de Lisboa – um determinando a volta de Dom Pedro para Portugal e o outro de que as juntas provinciais deveriam se entender diretamente com a Metrópole – José Bonifácio se coloca a tarefa de manter Dom Pedro I no país.
A partir daí, Dom Pedro e José Bonifácio articulam um abaixo-assinado com milhares de assinaturas, com manifesto redigido por Bonifácio, exigindo que Dom Pedro I fique no Brasil. Foram cerca de 8 mil assinaturas e, diante disso, Dom Pedro afirmou que ficaria no país, levando ao famoso Dia do Fico.
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