Os trabalhadores do frigorífico Coringa, em São Paulo, denunciaram os patrões por retirarem benefícios importantes para eles.
As conquistas obtidas através da luta dos operários, juntamente com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Carne, Derivados e do Frio no estado de São Paulo, como o convênio médico, o convênio dentário, bem como a cesta básica, entre outros; já não existem mais, pois os patrões, na ganância por obtenção de lucro maior, resolveram retirá-las.
Um dos setores que pagam os piores salários do País, que obrigam seus funcionários a trabalharem nas piores condições possíveis e imagináveis, querem fazê-los de escravos, aos moldes do período colonial.
Péssimas condições
O Coringa, que hoje tem cerca 150 trabalhadores, assim como os demais frigoríficos espalhados pelo País, é considerado como um dos piores locais no que diz respeito às condições de trabalho. No caso dos trabalhadores dos frios, eles têm que aguardar por consultas nas redes públicas, como o SUS, por vários meses, enquanto que, frequentemente, são acometidos por doenças respiratórias, alergias, além de estar sob o risco de acidentes constantes devido ao tipo de atividade que desempenham, do frio intenso nas câmaras frias, do peso etc. Problemas que, muitas vezes, requer atendimento de emergência.
Quando possuíam plano de saúde, essas questões eram resolvidas com menor morosidade, além de que seus familiares também poderiam utilizar os convênios. Os patrões não dão a mínima para as condições de vida, de saúde e de trabalho de seus operários, por isso os tratam como um objeto qualquer, algo descartável, que se usa e depois joga fora, que não adoece, não se alimenta. É assim que os donos do Coringa vêm tratando os funcionários do frigorífico.
Cesta básica
Quando os trabalhadores recebiam cesta básica e não o vale alimentação, a necessidade de complementar era mínima, mas hoje, com os R$185,00 que recebem, não dá para nada. Na maioria das vezes, os trabalhadores têm que gastar duas vezes mais esse valor, ou seja, para uma compra mensal, é preciso gastar no mínimo R$540,00. No entanto, por conta de seus salários, acabam deixando de comprar ou pagar outras coisas que são de extrema necessidade, mas são colocadas como segundo plano em relação à alimentação, para que sua família não passe fome.
O Sindicato dos Frios fará uma reunião com os operários e exigirá que os patrões retornem com a cesta básica, com o convênio médico e dentário, que foram conquistados pelos trabalhadores e que nunca deveriam ter sido retirados.