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Sorriso

Capital do golpismo está mais para a redação da Folha do que o MT

A imprensa golpista quem apoiou o golpe contra Dilma e a prisão de Lula

Um fantasma assombra o Brasil, o fantasma do golpismo bolsonarista — é o que insinua a coluna de Cristina Serra no portal Folha de São Paulo ao afirmar que o centro de todos os problemas relacionados ao bolsonarismo atualmente no Brasil é a cidade de Sorriso, de 94 mil habitantes, no interior do Mato Grosso do Sul, o qual ela afirma ser à capital do golpismo” do país.

A coluna afirma que quase três quartos da cidade votou em Bolsonaro e que, de acordo com uma apuração do portal de notícias Uol, 24 das 43 contas bancárias bloqueadas por determinação do STF por suspeita de financiamento de atos golpistas são de Sorriso.

“Golpismo”

Uma das principais ideias a qual a coluna levanta é uma muito propagandeada pela imprensa burguesa ultimamente, a de que os bolsonaristas são golpistas, terroristas, arruaceiros e todos os outros adjetivos negativos que se possa imaginar.

Não fazem, portanto, parte da população insatisfeita que, financiada ou não, é levada pelas ideias de Bolsonaro a se revoltarem contra problemas os quais tem medo de enfrentar no futuro. Reprimidas pela direita que governa diferentes estados, assim como pelo próprio Estado burguês, essas pessoas pedem reivindicações assim como seria qualquer outra manifestação, utilizando inclusive artifícios tradicionais da esquerda, como o próprio bloqueio de rodovias.

Seja pedindo por intervenção militar, contestando os resultados das eleições ou contra o futuro governo Lula — inclusive pela própria propaganda da imprensa contra o PT, não só de Bolsonaro —,  são pessoas da direita que estão manifestando sua insatisfação e reivindicando coisas. 

A partir disso, a esquerda seguiu apoiando as críticas e o discurso da imprensa, utilizando argumentos direitistas para taxar a manifestação como ilegal, dizendo que ela feria o “direito de ir e vir”, entre outras coisas típicas da direita. O Supremo Tribunal Federal censurou uma série de pessoas que se manifestaram a favor dos atos e chegou a mandar prender alguns participantes.

Um golpe, diferentemente do que pensa a esquerda, não é simplesmente dado porque um pequeno grupo de pessoas pede. Mesmo com a argumentação de que os manifestantes estão sendo financiados pelo agronegócio, algo que é reforçado na própria coluna da Folha de SP, que afirma que Sorriso é a capital do agro e, pelos argumentos já apresentados, a capital do golpismo, é irreal acreditar que um setor minoritário e mais fraco da burguesia como o agronegócio conseguirá ir contra os interesses da burguesia imperialista e o resta da burguesia nacional sem ter um mínimo de apoio de outros setores.

Imprensa golpista

Na realidade, é mais prudente afirmar que o centro do golpismo do País é a Folha de SP. Não só ela, mas também O Globo, Estadão, Uol, entre diversos outros meios de comunicação que fazem parte do grupo que é porta-voz da burguesia.

São esses setores que apoiaram abertamente o golpe de Estado de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff. Foram eles que apoiaram a prisão de Lula e impulsionam, e muito, a propaganda contra Lula e o PT de maneira geral. Foi a imprensa que passou pano para Bolsonaro em muitos momentos de seu governo, fazendo ataques leves que não chegam nem perto daqueles sofridos por Lula durante seu governo.

Foi a imprensa que elegeu Bolsonaro, que incentiva os diversos ataques no campo contra pequenos agricultores, sem-terras e indígenas por parte dos latifundiários. É a imprensa que propagandeia a frase “o agro é pop” e incentiva as ações do latifúndio no Brasil. É ela quem enaltece as privatizações e a entrega do Brasil para o estrangeiro, quem dá graças a Deus pela aprovação das reformas do ensino médio, da previdência e trabalhista. É ela quem tenta incentivar Lula a colocar direitistas em seu próximo governo e faz todo o tipo de ataque baixo para que isso aconteça.

Poderíamos ficar o dia inteiro listando os crimes da imprensa burguesa brasileira. Seu apoio ao golpe militar, seu acobertamento da ditadura militar, seu apoio à censura, seu caráter ideológico a favor da burguesia, sua propaganda de direitistas como Sérgio Moro e Deltan Dallagnol nos processos-farsa da Lava Jato — enfim, casos não faltam.

A realidade é que a imprensa é a real golpista da história, e não poucos bolsonaristas, sem apoio de boa parte da burguesia, reprimidos pela direita do chamado centrão e sendo constantemente censurados em suas manifestações reacionárias, porém legítimas. A imprensa é quem verdadeiramente trabalha para a burguesia e para seus interesses, manipulando as informações a seu favor e com o objetivo de manter a estabilidade no seu regime reacionário, defendendo tudo isso o que foi falado e mais um pouco.

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