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Ministério da Fazenda

O que querem os banqueiros?

Mercado financeiro recusa Haddad como ministro da Fazenda do novo governo

A Odisseia da escolha de ministros continua. O governo Lula nem começou, mas surgem palpites de todos os lados para quem deve ou não deve ocupar determinado cargo — e o principal alvo, sobretudo para a imprensa, é o Ministério da Fazenda.

Fernando Haddad, Persio Arida, Henrique Meirelles — cada nome tem sua própria análise na imprensa burguesa sobre o porquê deveriam ou não ocupar o cargo. O mais falado da vez é o próprio Haddad, um dos nomes que a imprensa diz que Lula considera para o cargo e o qual ela mais faz questão de falar contra, dedicando colunas, matérias e editoriais sobre o ex-prefeito de São Paulo.

Haddad é um tucano petista, como afirmou o próprio Lula. Um nome moderado, que já afirmou que, caso assumisse o cargo, iria fazer uma reforma tributária que beneficie os capitalistas, além de se comprometer com a dita “responsabilidade fiscal” e afirmar que os recursos públicos seriam utilizados de maneira “mais eficiente”, seja lá o que isso signifique.

Apesar disso, o “mercado”, ou seja, os banqueiros, capitalistas e especuladores, continuam com resistência ao tucano petista. Esse seria uma forma de conciliação, algo típico do governo Lula, para que tanto os objetivos do governo quanto dos capitalistas fossem atendidos, não escolhendo um neoliberal, mas também não um total esquerdista para o cargo, o qual definiria a política econômica do governo e, por consequência, a mais importante.

As matérias na imprensa burguesa que falam mal de Haddad a torto e a direito, não parecendo se importar muito com a ideia de conciliação — muito pelo contrário, os porta-vozes da burguesia parecem muito contrariados com a possível escolha de Haddad para a economia. Chegaram até a especular que Lula anunciaria Persio Arida, um vampiro neoliberal, junto com Haddad para chefiar o ministério. Arida, entretanto, já afirmou diversas vezes que não planeja participar de nenhum cargo no governo.

Em uma coluna recente de Malu Gaspar no portal de notícias O Globo, a colunista relata sua ida a um almoço promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o qual contou com a presença de diversos banqueiros, especuladores e do próprio Fernando Haddad. Um dos trechos da coluna expressa bem o que esses setores estão achando do possível ministro:

“No almoço da Febraban, ao qual foi representando o próprio Lula, Haddad disse que o governo dará prioridade à reforma tributária e pregou o uso mais eficiente dos recursos públicos, mas deixou frustrados banqueiros e investidores que esperavam declarações mais contundentes de compromisso com a responsabilidade fiscal ou do rumo a ser tomado pela economia no novo governo. Depois da fala, o dólar fechou com alta de 1,65% e o índice de ações da bolsa de valores, o Ibovespa, caiu 2,55%.”

Mesmo com todos os asteriscos que existem a Haddad e sua política de esquerda, a burguesia ainda se mostra receosa em aceitar esse nome, mesmo sendo apenas uma especulação dessa própria. Mas se não um ministro como Haddad, então o que querem os banqueiros?

O fato é que, mesmo se propondo a atender aos banqueiros, Haddad continua sendo um homem de esquerda. Ele continua sendo um petista e, sobretudo, caso escolhido, continuaria tomando suas ações sob o teto do governo Lula, o qual, por sua vez, se mostra radicalizado e disposto a encarar os capitalistas e aplicar sua política a favor do povo — e é evidente que não seria um mero ministro da economia que mudaria esse fato.

Fernando Haddad, apesar de que um tucano petista, não é um neoliberal puro-sangue, um vampiro capitalista ou um especulador assíduo, assim como Henrique Meirelles e Persio Arida, nomes que estão sendo empurrados pela imprensa ao governo Lula, assim como foi feito com Alckmin. 

Haddad não é um homem do mercado, algo que é reforçado pela própria imprensa burguesa. Ele não é bem-visto dentro do meio especulativo, mais uma vez, vejamos outro trecho da coluna de Malu Gaspar:

“No mercado financeiro, porém, a impressão a respeito de Haddad é diferente. Entre gestores de recursos e investidores, o ex-prefeito de São Paulo é tido como alguém dogmático, arrogante e avesso à disciplina fiscal — e que, apesar de não entender tanto assim de economia, seria uma espécie de ‘professor de Deus’.”, afirma a colunista. “Um banqueiro com quem falei depois do evento da Febraban resumiu a impressão deixada por Haddad em uma resposta curta: ‘prepotente e acha que sabe tudo, como sempre’.”, continua.

Apesar de ser um direitista, Haddad continuaria nas mãos de Lula caso assumisse o cargo. O que a burguesia quer, entretanto, é que o futuro ministro esteja nas mãos dos banqueiros, não na mão do presidente, muito menos de Lula. A burguesia quer controlar todo a economia e, portanto, todo o ministério que cuida do assunto, para garantir que, mesmo durante o governo Lula, eles possuam controle o suficiente dos rumos da política econômica do governo para continuarem suas políticas contra o povo e favor da burguesia, colocando dinheiros em seus bolsos e no bolso dos banqueiros e especuladores.

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