Matéria do portal de direita, Poder360, publica, na última quarta (23), intenções reveladas pelo grupo de transição do governo do presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT). Segundo elas, 7 privatizações vão ser “freadas” e uma seria revista: a desestatização do Porto de Santos.
Estão sendo pretendidas, ainda no governo de transição, a suspensão da alienação de alguns ativos da Petrobrás. Não seria a suspensão de venda, mas todas deveriam passar por nova avaliação. Segundo o senador Jean Paul Prates (PT) não incluía os ativos que já tiveram sua venda concretizada por contrato.
Também o Porto de Santos será revisado pelo governo de transição, caso não sejam fechados contratos de venda neste ano. O Estado ficaria na dependência da iniciativa privada para fazer seu planejamento e desenvolvimento sem o controle do Porto. Como destacamos em publicação recente neste Diário, o controle do transporte de cargas é vital para o desenvolvimento do país, estando nas mãos da iniciativa privada o único objetivo do setor iria passar a ser o lucro do setor privado. Segundo a matéria, alguns detalhes ainda precisam ficar detalhados para ser fechado o leilão do setor portuário. O que talvez possa tornar impraticável a privatização, pelo menos até o final do ano.
Outro setor que está em negociação é o leilão de 2 aeroportos do Rio de Janeiro, que está deixando o governo de transição em dúvida. Este sinalizou que iria manter as concessões já iniciadas, por exemplo a BR 381 (MG), além da rodovia do Paraná.
A privatização dos Correios vai ser retirada da pauta de negociação para leilão, além da TV Brasil e da NBR. Foi colocado pelo governo de transição, ainda, que a DataPrev também seja considerada como um caso de cancelamento de negociação. O controle da DataPrev é fundamental para o governo, pois privatizada, o governo perderia o domínio das articulações que poderiam ser feitas para benefício dos trabalhadores.
Como se nota, o governo golpista de Bolsonaro tentou alavancar várias privatizações na correria, as quais, se concretizadas, como acontece nas economias subjugadas ao neoliberalismo, deixa a economia do país em frangalhos e dependente do mercado financeiro internacional.
O novo governo petista ainda tem como rever muitas posições que estão sendo tomadas, nada que um “jeitinho progressista com um apoio eficaz da população nas ruas não possa fazer muitas posições já negociadas serem revistas”. Essa política que Bolsonaro adotou só favorece aos investidores e especuladores cuja maior parte nem é brasileira. Esse sim era o candidato do imperialismo. O governo golpista de Temer e a gestão de Bolsonaro provocaram um grande prejuízo a todos os trabalhadores. O imperialismo não quer o desenvolvimento de seus “protetorados”. A campanha de Lula foi quase toda enfatizando o desenvolvimento e a melhoria da qualidade de vida da população, principalmente os que já estão em situação de risco alimentar.
Lula precisa rever todas as privatizações, e reestatizar por completo a Petrobras e a Vale do Rio Doce, bem como todas as empresas de energia e recursos hídricos, além de retomar o controle do Banco Central. São setores fundamentais para o desenvolvimento do país e para nossa soberania. Lula já tem o apoio popular, mas precisa articular os trabalhadores por meio das centrais sindicais e do MST, além de várias outras lideranças populares.