Desde o final de junho deste ano, os trabalhadores dos transportes coletivos de São Paulo vêm tendo uma queda de braços com os usurpadores das empresas de ônibus. Porém, como os governos que vivem e atuam em benefício dos patrões, entregaram, além de outros setores, também o transporte coletivo nas mãos desses, cujo único objetivo é o lucro, em detrimento do conjunto da população que o utiliza.
Na última sexta-feira (18), os patrões, mais uma vez, deram um golpe nos trabalhadores. Em acordo assinado no final de junho, os patrões, juntamente com a prefeitura, haviam assinado um acordo com os trabalhadores de repassar a Participação nos Lucros e Resultados à categoria até o final de setembro. No entanto, até hoje, isso não ocorreu e, na reunião da última sexta-feira, ignoraram completamente a questão para este ano, propondo discutir algo para o ano de 2023 conforme relatam membros da direção do Sindicato dos Motoristas: “a expectativa era de que finalmente fosse apresentada uma proposta da PLR. No entanto, para nossa surpresa, representantes dos patrões afirmaram que até o dia 13 de dezembro será apresentado um plano estabelecendo metas, valores e datas de pagamento da referida PLR referente ao próximo ano.
Desde o início de novembro deste ano, várias paralisações foram realizadas no horário da madrugada para discutir, entre outros ataques à categoria dos condutores, a questão do cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho que está, literalmente, sendo desrespeitada. Enquanto isso, os ataques às condições de trabalho estão aumentando cada vez mais: os patrões estão reduzindo o horário de almoço, tem motoristas e cobradores que só faltam dormir na empresa, pois trabalham desde o primeiro horário da madrugada e só vão parar tarde da noite, entre outros.
Greve
A categoria dos condutores está mobilizada e já está marcada a greve para amanhã (23) a exemplo da greve no final de junho, onde tiveram que passar por cima de todo mundo até que houvesse a assinatura do acordo. Desta vez, decerto que terão essa tarefa novamente.
Não à ditadura do Judiciário
Os patrões, mais uma vez, utilizam-se da justiça para impor regras às formas de reivindicações dos condutores, retirando todo o direito dos trabalhadores, inclusive o de fazer greve. Desta forma, o Tribunal Regional do Trabalho 2ª Região (TRT-2) decidiu, se antecipando inclusive à própria paralisação, que os trabalhadores devem fazer com que um mínimo de 80% da frota deve estar na rua, no horário de pico, bem como 60% nos demais horários. Com o descumprimento dessa imposição, o TRT-2 aplicará multa diária ao Sindicato no valor de R$100 mil.
Os condutores devem ter o apoio de todas as demais categorias e do conjunto da população, pois somente dessa forma é que serão atendidas suas reivindicações. É preciso lutar pelo atendimento imediato das reivindicações dos trabalhadores, pois acordo assinado é lei. Se os patrões não respeitam a lei e estão em queda de braços, os trabalhadores unidos devem mostrar que são mais fortes. Por fim, é preciso acabar com a interferência do judiciário nas mobilizações dos trabalhadores.