Quando falamos em horror visceral (o famoso body horror) nos vem à cabeça diversos exemplos, os famosos (e tenebrosos) painéis detalhadíssimos de Junji Ito, os necromorfos de Dead Space ou até o famoso filme Centopeia Humana, de 2009, esses e outros exemplos compõem esse subgênero do terror que vem se tornando mais popular a cada dia. Um exemplo disso é o recém-lançado Scorn (2022), jogo que vem atraindo a atenção do público por seus gráficos e ambientação grotesca de body horror, assim como diversas peças de analog horror que compartilham dessa inspiração, como os woodcrawlers de Gemini Home Entertainment e os infectados de The Smile Tapes. O fato é que o gênero de horror visceral vem ganhando mais relevância e um artista espanhol Chamado Eduardo Valdés Hevia tem ganhado destaque no gênero com suas montagens que exploram um lado interessante do tema tratado.
Hevia posta suas artes no Twitter, e, junto a elas, tece enredos macabros que servem para dar maior profundidade a seus trabalhos. Seus trabalhos seguem um estilo SCP Foundation, contando histórias fictícias como se fossem arquivos sigilosos reais, descrevendo expedições arqueológicas, diagnósticos médicos ou mesmo como se fossem relatórios de algum órgão de controle do governo ao estilo CIA ou ABIN.
Seus trabalhos abrangem frequentemente o escopo do body horror ao descreverem infecções parasíticas anormais, doenças sinistras e fusões entre humanos e insetos, criando um universo macabro, desconfortável, e surpreendentemente realista, com detalhes em abundância e ilustrações de boa qualidade para ilustrar tudo. Valdés cria fios em seu perfil, separando seus contos, onde ele desenvolve universos. Neste momento, seus principais fios são da Megalomorpha que descreve um universo de insetos gigantes, mutações/infecções parasíticas humanas e insetos humanoides ancestrais, tudo contado através de cartas e registros arqueológicos de expedições a terras remotas e registros “encontrados”.
Outro de seus universos macabros é o das infecções fractais, um mundo onde, após o naufrágio de um navio de carga, uma misteriosa substância química contamina o oceano, provocando mutações na fauna marinha. Essa substância é carregada à terra firme por um estranho tornado, e, a partir daí, estranhos casos de mutações em organismos vivos passam a acontecer, todos com propriedades semelhantes aos fractais, um conceito da geometria não euclidiana, sendo apenas uma nova e preocupante doença, até a primeira infecção humana.
Além desses, Hevia ainda tem posts com histórias de casos médicos menores, como a do pupilosarcoma humano, um tipo especial de câncer que afeta as pupilas e estaria relacionado ao desaparecimento de diversas pessoas; a hiperproeficiência do cálcio, uma rara condição relacionada à deficiência de vitamina D; a monodontia, uma rara condição odontológica; os experimentos de Le Lanchon, onde foram postos à prova os limites da evolução humana; e as infecções Micélicas, que causaram a morte de quase a totalidade da população de um vilarejo no sul da França.
Hevia é um artista criativo e talentoso, e, para quem gosta de body horror e terror médico, realmente vale a pena conferir o seu trabalho. Fora as histórias que foram citadas aqui, ele ainda possui outras e ainda está em atividade no Twitter, frequentemente com ideias novas, além de ir ao vivo na rede social Twitch, onde ele faz suas montagens.