Considerado por muitos economistas burgueses como a chave do desenvolvimento econômico dos países atrasados, a exportação de commodities (matérias primas primárias, sem refino, como petróleo bruto, gás, minério, etc.) apareceu no Brasil, assim como em toda a América Latina, como uma salvação das economias nacionais, à medida que os governos locais se mantinham sob a tutela direta do imperialismo. Contudo, o chamado “boom das commodities” visto nos anos 2000 e que veio a marcar o primeiro governo de Lula, em função do desenvolvimento industrial chinês, serviu para dar rápidos resultados à economia brasileira, mas nada deixou além de uma política de dependência direta do mercado internacional e da ação do imperialismo.
Hoje, o Brasil sofre com um grave processo de desindustrialização. A economia que antes cresceu com a venda de commodities, ou seja, matéria-prima a ser utilizada nas indústrias internacionais, agora sofre com a recessão do mercado internacional e o rápido aumento da inflação da economia mundial. A experiência revelou pela prática que um país que tem como política central a exportação de commodities está fadado a ficar nas mãos daqueles que controlam o mercado internacional, ou seja, o imperialismo.
Esta inclusive é a política incentivada pelo imperialismo, por seus economistas e pela própria imprensa burguesa brasileira. Muito se ataca as tentativas de desenvolvimento nacional, sobretudo quando se diz respeito a principal matéria-prima exportadora, o petróleo nacional. Os recentes casos envolvendo a chantagem dos especuladores financeiros e da imprensa burguesa contra a política econômica de Lula revelam este problema, desenvolver o país é a política oposta ao interesse desses setores.
Dessa forma, para promover um verdadeiro desenvolvimento nacional, quebrar o controle do imperialismo sobre a economia brasileira, é preciso ter como política o fortalecimento industrial e a expansão da indústria de consumo, a indústria de ponta. Lula mesmo declarou que o petróleo nacional não pode ser simplesmente exportado como matéria-prima bruta, é necessário investir na criação de refinarias petroquímicas, no uso final do petróleo, na criação de produtos, fazer a extração e o refino em território nacional. Assim, é fundamental investir na ciência e tecnologia do país, desenvolver a indústria naval, as malhas ferroviárias e promover um verdadeiro fortalecimento do mercado interno. Não há como desenvolver um país atrasado, alvo da política de rapina do imperialismo, entregando as principais riquezas para a especulação alheia. É necessário extrair e produzir no Brasil, e desenvolver assim a economia nacional.