Em seu discurso de cerca de trinta minutos na COP27, o presidente Lula voltou a defender a ampliação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), para que inclua os países atrasados e deixe de ser um monopólio das grandes potências.
“A ONU precisa avançar. Não é possível que a ONU seja dirigida sob a mesma lógica da geopolítica da II Guerra Mundial”, disse.
“O mundo mudou, os países mudaram. Os países querem participar mais. Os continentes querem estar representados, e não há nenhuma explicação para que só os vencedores da II Guerra Mundial sejam os que mandam e dirigem o Conselho de Segurança. É importante ter em conta que o mundo está precisando de uma governança global”, continuou.
Lula também defendeu o fim do “privilégio” do veto pelos membros do Conselho de Segurança. EUA, Reino Unido, França, Rússia e China têm o poder de veto por serem membros permanentes do Conselho de Segurança, e por isso mesmo que todos os países do mundo votem por uma resolução, um deles pode vetar essa resolução. É o que os EUA fazem há 20 anos na votação da resolução apresentada por Cuba à Assembleia Geral da ONU para por um fim no bloqueio econômico imposto pelos norte-americanos.
Isso revela o quão a ONU é uma entidade antidemocrática.
“Precisamos de uma nova governança global, de incluir mais países no Conselho de Segurança da ONU e acabar com o privilégio do veto”, afirmou o presidente.
Mesmo que reformas não revertam o caráter imperialista da ONU, as propostas de Lula buscam uma democratização do órgão, o que entra em total conflito com os interesses do imperialismo de manter as coisas como estão. Nesse sentido, trata-se de uma posição muito progressista do recém-eleito presidente brasileiro.