No último final de semana, o MST (Movimento Sem Terra) veio a público anunciar a ocupação de duas fazendas na região da Chapada Diamantina, Bahia. A primeira delas, no sábado (12), Fazenda Gentil, no município de Maracás, foi ocupada por cerca de 100 famílias e, a segunda, no domingo (13), Fazenda Redenção, pertencente aos municípios de Planaltino e Irajuba, por outras 150 família.
Latifundiários e a especulação de terras
Em primeiro lugar, é importante ressaltar que os latifundiários, essa elite alinhada com o capital e tradicionais inimigos do povo trabalhador do campo, mantém grandes extensões de terra em sua posse visando unicamente a especulação financeira. Especulação esta que anda de mãos dadas com a improdutividade dessas mesmas faixas de terra. Enquanto isso, centenas de famílias já desassistidas pelo estado permanecem desalojadas e em situação de profunda necessidade, em muitos casos não chegando a ter o mínimo para se alimentarem.
Desse modo, diferentemente do que as empresas de desinformação da imprensa burguesa vêm amplamente noticiando como uma ação criminosa por parte do MST, a investida deste no sentido da ocupação de terras improdutivas representa uma atitude eficiente, tanto no que diz respeito à preservação e proteção dessas centenas de famílias que se encontram em um estado de total abandono, quanto pela ação de resultados concretos no combate ao latifúndio do Brasil. O mesmo latifúndio que, por diferentes maneiras, sejam elas pela especulação financeira em conluio com o Estado, ou pela bala, tem contribuído para o retrocesso do avanço material da classe trabalhadora do campo e da cidade.
Revista Veja: representante da burguesia
Como dito anteriormente, a imprensa tradicional se organiza em prol dos interesses da elite nacional, da burguesia, que controla o latifúndio e os bancos e segue piamente os mandos e desmandos do imperialismo. O mesmo se dá com a Revista Veja, uma representante do golpe de Estado.
Em matéria publicada logo após a ocupação das fazendas já mencionadas pelo MST, a Veja tirou uma matéria intitulada “MST anuncia invasão de duas fazendas na Bahia” na qual se lança em um ataque, uma campanha rasteira contra os trabalhadores do campo. Note-se, a título de significado, que o periódico em questão emprega a palavra “invasão” em uma descarada tentativa de criminalizar a ação do MST junto ao público.
Em outro momento, a mesma matéria aponta que “a volta de Lula ao poder anima o MST” e continua ao afirmar que, ao longo dos governos de Lula, “foram realizadas 1.968 invasões de fazendas. Nos três primeiros anos de Bolsonaro, somente 24.” Na sanha de defender, como já dito, os interesses do latifúndio e da burguesia, finaliza o mesmo trecho ao esclarecer que “as lideranças dos sem-terra já avisaram que a eleição de Lula representa a retomada das invasões para fins de reforma agrária”. A reforma agrária que se configura em verdadeiro terror para os latifundiários e que representa, ao mesmo tempo, os anseios dos trabalhadores do campo.
Lula deve incentivar as ocupações
É sabido, como publicado inúmeras vezes neste Diário, que a eleição de Lula para a presidência é a única opção capaz de por fim à onda de ataques e retrocessos impostos desde o golpe de estado contra a população.
Dito isso, é vital que Lula, de posse da presidência do Brasil, incentive e trabalhe na intensificação das ocupações de terra por parte dos trabalhadores do campo. Já que Lula é alguém que de fato conhece de perto os principais problemas dos mais pobres, e por ser também um representante dessa mesma classe.
Para tanto, se faz necessária, mais do que nunca, a ampla organização e apoio popular para que as medidas que concretamente visem a melhoria da parcela trabalhadora da sociedade sejam postas em prática, e essa empreitada passa pela luta em prol da derrubada do latifúndio.
E sim, a volta de Lula ao poder anima o MST.






