No último dia 12, sábado, um estudante de biologia da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) foi covardemente agredido por oito seguranças da mesma instituição.
De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Civil, o graduando sofreu tal violência após pular o muro do campus com o intuito de usar a internet do local para contatar um motorista de aplicativo, já que acabara de sair de uma festa no Conjunto Feira 6, ao lado da Uefs, e, portanto, desejava retornar para sua casa.
Mesmo que tenha, segundo o estudante, inicialmente, se dirigido aos seguranças do campus e ter se identificado, além de ter esclarecido ser aluno da instituição e ainda ter apresentado seu número de matrícula, não foi permitida sua entrada, pois os seguranças alegaram que apenas residentes poderiam entrar àquela hora. Assim, o estudante, depois de impossibilitada sua entrada, se viu obrigado a pular o muro.
Descoberto, o estudante que além de alegar ouvir ofensas de cunho homofóbico, foi imobilizado e agredido por oito seguranças com socos e pontapés, que deixaram seu rosto parcialmente desfigurado.
Em nota, a Uefs declarou que “seja quais forem as condutas inadequadas ou crimes apontados após os devidos processos de investigação, não há o que se falar de impunidade, nem nada do gênero”.
Após o ocorrido, a vítima recebeu cuidados médicos, fez um exame de corpo de delito e registrou uma ocorrência policial e está previsto para ser ouvida nessa quarta. Ainda, na manhã desta quarta-feira, 16, estudantes realizaram um protesto na frente do gabinete do reitor Evandro do Nascimento.
Pelo fim da polícia militar e demais forças de repressão
Casos como o relatado acima são comuns e a grande parte dos mesmos sequer vem a público, como bem sabemos. E sabemos também que pouco ou quase nada importam declarações como esta da Ufes, que, se por um lado apontam para a busca da resolução do problema, por outro, na prática, nada contribuem efetivamente para a questão real, isto é, a opressão policial.
Vale ressaltar, em primeiro lugar, que o estudante que foi agredido, assim como qualquer outro, jamais deveria ter tido sua entrada negada no campus por ser esta uma instituição pública e que, por isso, pertence a todos. Assim, podemos chegar facilmente à conclusão que ele teve um direto negado, o que fere uma de suas tantas liberdades democráticas. Sem contar que a falta de investimento em políticas educacionais, impede que tantos outros alunos pelo Brasil afora tenham o acesso devido à internet e demais ferramentas de comunicação e formação educacional impedidos.
Além do mais, fica claro também que tal truculência por parte dos seguranças da Universidade reflete a política de extermínio que é perpetrada em escala nacional, tanto contra educandos, quanto contra toda a classe trabalhadora de conjunto, seja por funcionários terceirizados, seja pelo aparato policial estatal.
É necessário lutar não pela desmilitarização, ou por uma, como dizem os identitários, “polícia progressista”, mas sim pelo fim da polícia de conjunto. Este braço armado da burguesia, que ceifa milhares de vidas todos os anos, principalmente de negros e pobres e que serve apenas para reprimir e impossibilitar a revolta popular contra as forças que oprimem toda uma população.