A Europa deixou de comprar petróleo e outros combustíveis baratos vindos da Rússia, seguindo as sanções impostas pelos Estados Unidos e União Europeia, e passou a comprar o mesmo produto superfaturado direto dos estadunidenses. A conta não fecha, pois combustível mais caro significa alimentos, serviços básicos e diversas outras despesas com o custo aumentado. Claro que isso cai no bolso do trabalhador que, da noite para o dia, se viu pagando por sua alimentação e por contas de eletricidade 3 ou 4 vezes mais caras, tendo o poder de compra drasticamente reduzido por conta de uma decisão arbitrária vinda de governos capachos do imperialismo norte-americano. Diante dessa situação, os trabalhadores europeus logo iniciaram uma série de greves e protestos contra seus governos, o que já levou à derrubada de dois primeiros ministros britânicos (Boris Johnson e Liz Truss) e um Italiano (Mario Draghi), além de outros estarem com rejeição altíssima e já em corda bamba, é o caso de Macron na França e Scholz na Alemanha. É nesse contexto que a Europa corre para pedir o combustível Venezuelano, pois o país de Nicolás Maduro possui a maior reserva de petróleo do mundo.
É bom lembrarmos que os problemas pelos quais a Venezuela passa são culpa do imperialismo e de suas sanções criminosas, são 8 anos de sanções e 7 de recessão. As sanções econômicas começaram a ser impostas em 2014 e hoje já somam 651. Esses bloqueios causam desabastecimento, inflação e quebra total da economia no intuito de fazer o governo historicamente rebelde à Washington se curvar, medidas essas que se mostram ineficazes no sentido da troca de poderes, visto que o Partido Socialista Unido da Venezuela já soma 23 anos no poder, vencendo pleito após pleito em eleições gerais que foram consideradas limpas por inúmeros observadores internacionais, logo, as sanções só causaram fome e crises políticas na Venezuela, obrigando o país a buscar mudar o seu mercado e tentar se industrializar, mas com pouquíssimos recursos. Também na Venezuela, o imperialismo traz os problemas que caem no bolso do trabalhador.
Diversos líderes mundiais chegaram a dizer que sanções econômicas podem ser piores do que uma guerra para um país pobre. Agora, depois desse estrago, aqueles que trucidaram a economia venezuelana, que sequer reconhecem o seu governo eleito, sinalizam uma abertura de diálogo e negociações com Maduro mirando, é claro, em seu combustível abundante. Na COP 27, diversos líderes tiveram conversas bilaterais com Maduro nesse sentido, dentre eles o presidente francês. Resta saber se o governo Maduro terá flexibilidade política para sair por cima e se aproveitar do desespero de seus algozes na atual situação.