Somente no 3º trimestre deste ano o Banco do Brasil registrou um lucro líquido de R$ 8,4 bilhões, um crescimento de 62,7% em comparação ao 3º trimestre de 2021. Nos nove primeiros meses de 2022, o lucro líquido do banco está em R$ 22,72 bilhões, um aumento de 50,9% em relação ao período imediatamente anterior.
Os dados financeiros do Banco do Brasil analisados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Diesse) são bastantes reveladores em vários aspectos, mais um deles chama bastante a atenção, aquele que mostra a receita do banco com prestação de serviços e tarifas bancárias tiveram um aumento de 11% entre janeiro e setembro de 2022, alcançando um valor de R$ 23,9 bilhões e, em contrapartida, as despesas com pessoal, incluindo o pagamento de Lucro e Resultado, totalizaram R$ 18,8 bilhões, ou seja, somente com a arrecadação de tarifas bancárias e serviços cobrados da população, o banco paga a folha de pagamento de pessoal com larga folga.
Outra questão também chama a atenção, foi o anúncio da direção golpista do BB de ter aprovado a distribuição de mais R$ 486,6 milhões a título de remuneração aos acionistas sob a forma de dividendos e mais de R$ 1,8 bilhão sob a forma de juros sobre Capital Próprio (JCP), ambos relativos ao terceiro trimestre.
O lucro do Banco do Brasil, da mesma forma como vem sendo realizado nas demais empresas estatais, como a Petrobras, por exemplo, que transferiu para os acionistas em 2022 cerca de R$ 180 bilhões, demostra, que o governo golpista e ilegítimo Bolsonaro está rapinando as estatais; empresas essas que deveriam estar subordinadas aos interesses públicos, mas que vem sendo utilizadas para beneficiar meia dúzia de acionistas, nacionais e estrangeiros.
Para o coordenar da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB (CEBB), João Fukunaga, “é curioso que, diante de uma economia patinando, aumento da miséria e índice de famílias brasileiras com contas em atraso passando dos 30% [de acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo/CNC], a prioridade de um banco público como o BB seja agir como qualquer banco privado, para atender expectativas de acionistas” (site Contraf/CUT 10/11/2022).
Além disso, enquanto os banqueiros, setor mais parasita da economia, lucram um absurdo à custa do arrocho salarial e demissões em massa e com a pagamento por toda a população de taxas extorsivas e cobrança de tarifas de serviços nas alturas, o BB também bate recorde de demissões e fechamento de agências em todo o país. Uma empresa que, antes do golpe de Estado de 2016, contava com um contingente de funcionários em torno de 100 mil, hoje passa um pouco de 86 mil; contava com a sua presença em praticamente em todos os mais de 5 mil municípios brasileiros e, por conta dessa política, hoje está presente em apenas 3.172 deles.
Para os grandes banqueiros e capitalistas, nacionais e internacionais e seus representantes no governo, o que interessa é somente manter o lucro, e fazem isso às custas da superexploração dos trabalhadores bancários e de toda a população.
Não há dúvida que são os banqueiros quem mais lucram no atual estágio de decomposição econômica e política do capitalismo. Todas essas falcatruas e vigarices promovidas pelos governos dos banqueiros, só podem ser bloqueadas pela intervenção, firme e organizada, dos trabalhadores através de suas organizações e, organizar uma verdadeira luta pela estatização do sistema financeiro sob o controle dos trabalhadores.