No dia 8 de novembro de 1847, em Dublin, Irlanda, nascia um dos grandes nomes da literatura gótica: Abraham “Bram” Stoker, homem que entrou para a história com sua imortal obra “Drácula”, o romance e conto de terror em que está presente o maior desenvolvimento do mito vampiro, lenda marcada na cultura universal, que influencia toda uma onda de produção cultural até os dias de hoje, estando presente em inúmeros filmes, livros, entre outras produções artísticas.
Bram Stoker foi um dos maiores escritores da “Era Vitoriana”, período em que reinou Vitória (1837-1901). Desde muito jovem frequentava teatros e adorava escrever, era também um grande admirador de ciência e medicina. Aos 16 anos escreveu seu primeiro ensaio, em 1875 terminou seu mestrado, já tendo importantes obras como seu primeiro conto de terror: “The Crystal Cup” e seu primeiro romance “The Primrose Path”. Prestou serviços como crítico no jornal “Dublin Eventing Mail” sem nenhuma remuneração. Em 1878 conheceu seu grande ídolo e futuro amigo, Henry Irving, que o convidou para secretariar sua carreira de ator. Ainda em 1879 muda-se para Londres para assumir a companhia teatral Irving Lyceum, onde trabalhou por 27 anos, tempo em que inicia uma vasta produção literária.
Sua obra de maior destaque foi “Drácula” em 1897, uma inovação na Europa ocidental, pois o folclore vampiresco estava presente na Europa oriental, na região dos “Balcãs”, em países como Albânia, Hungria, Grécia e Romênia, a cultura folclórica dos vampiros já havia sido importada pelo império Habsburgo devido a expansão e invasões da Áustria, porém quem eternizou e desenvolveu foi Bram Stoker. O personagem principal, o conde Drácula é inspirado em um personagem real, o príncipe Vlad III, de Valáquia (Romênia), conhecido como “o empalador”, por empalar com uma lança seus inimigos, deixando os sofrer por vários dias até a morte, característica que ilustra a brutalidade pertencente a este homem, à mesma violência presente na obra sanguinolenta de Bram.
O conto se passa na Transilvânia, atual região da Romênia, local onde o autor nunca conseguiu viajar. O livro é uma narração de uma série de documentos, uma leitura de fácil acesso que se tornou admirável ao público adolescente, por sua trama juvenil. O autor acabou morrendo em 20 de abril de 1912 em Londres, a causa de sua morte foi uma sequência de derrames cerebrais, há biógrafos que atribuem sua morte a um processo desencadeado por uma sífilis terciária.
Deixou um enorme legado na literatura, hoje sua obra de maior importância é considerada um clássico que dialoga com diversas épocas. Além de abordar diferentes discussões de época da maior relevância, por exemplo a teoria da evolução de Charles Darwin, fé cristã, e a revolução industrial que desencadeia mudanças econômicas fundamentais para se entender o contexto em que se passa a narrativa.
“Que espécie de homem será esse, ou que tipo de criatura ou simples fera está ali oculta sob as feições de um homem? Sinto o terror deste demoníaco lugar aniquilar-me. Estou em pânico – em pânico mortal – e não há uma saída para mim. Estou imobilizado por uma rede de terror sobre a qual o meu cérebro se nega a raciocinar”.