Na província de Ontario, Canadá, ontem (04/11), o Sindicato Canadense de Servidores Públicos (CUPE) iniciou uma greve dos trabalhadores da educação. Questionando o sistema usado para o retorno ao trabalho após a pandemia, que impôs contratos aos trabalhadores e agora coloca um aumento de apenas 1,5 a 2,5%, muito abaixo do exigido pelo sindicato: 11,3%, face ao crescente custo de vida. Mais de 55 mil trabalhadores paralisaram as atividades.
Na iminência da greve, o governo da província baixou a lei que impôs o contrato de maneira unilateral e proibiu o direito de greve da categoria. Enquanto os trabalhadores declaram fazer a greve pelo tempo que for necessário, o governo de Ontario está firme em seu ataque, e declarou que não irá negociar face a uma “greve ilegal”.
Utilizando do argumento mais costumeiro contra as greves da educação o governo disse que “nada importa mais agora do que os estudantes voltarem às salas de aula, e utilizaremos todas as ferramentas a nós disponíveis para fazer isso”. As declarações deste tipo, porém, servem como pretexto apenas para atacar a greve, e não para ceder às demandas dos trabalhadores, o que poria fim ao movimento e retornaria as atividades ao normal.
A lei de ataque, que acabou na prática com o direito de greve, foi aprovada no início da semana, e impõe multas diárias aos trabalhadores de C$4.000 dólares canadenses (quase R$15.000), e ainda multa o sindicato em C$500 mil por dia paralisado. Segundo o sindicato, por essa lei a greve poderia custar quase C$200 milhões por dia.
A tendência de ataque ao direito de greve já apresentada no Brasil faz parte de um ataque a todos os trabalhadores do mundo. Seja aqui ou no Canadá, tais medidas não devem ser aceitas. As multas tem que ser enfrentadas pela expansão e radicalização do movimento, chamando outras categorias a paralisarem, e agindo nas ruas para organizar a população contra os ataques antidemocráticos da burguesia.