A Federação Única dos Petroleiros (FUP), apesar da comemoração óbvia com o resultado da eleição que levará Lula a ocupar a presidência do país em 2023, teme que até o final deste ano o atual governo tome decisões visando a privatização da Petrobras. A entidade acertadamente espera que o novo governo devolva a empresa para o papel que ela deveria cumprir e do qual nunca deveria ter sido desviado, ou seja, fornecer combustíveis baratos para o povo e promover o desenvolvimento do país. E por isso a Petrobrás é uma das estatais mais importantes para o país.
A entidade divulgou uma nota nesta segunda-feira (31) onde afirma que “Até a posse do presidente eleito, em 1º de janeiro de 2023, a categoria petroleira seguirá vigilante em defesa da preservação da Petrobras e demais empresas estatais”. A FUP denuncia que desde o início da gestão Bolsonaro foram privatizados 63 ativos da Petrobras, “sem transparência, e a toque de caixa”, onde há a preocupação de que até o final do ano mais vendas sejam realizadas.
De acordo com a federação, o processo de privatização continua avançando, pois é interesse de Paulo Guedes preparar a privatização da empresa o mais rápido possível. Assim, já durante a campanha eleitoral, a FUP contribuiu com sugestões para o programa de governo de Lula, com propostas para o fortalecimento da Petrobras como indutora do desenvolvimento regional e nacional e uma nova política de preço de combustíveis que leve em conta que o país é autossuficiente em petróleo e grande parte de seus custos é em real.
A nota divulgada denuncia ainda que “A atual política de preço de paridade de importação (PPI), que se baseia nas cotações internacionais do petróleo, na variação do dólar e nos custos de importação, só interessa aos grandes acionistas, majoritariamente estrangeiros, que vêm recebendo dividendos recordes…”.
A nota lembra também que, com o PPI, os preços dos combustíveis no governo Bolsonaro (de 1º de janeiro de 2019 até o momento) atingiram reajustes recordes nas refinarias. A gasolina subiu 118,3%, o diesel, 165,9%, e o gás de cozinha 96,7%.
A manifestação da FUP é bastante oportuna, pois não devemos esperar 2023 chegar. É preciso desde já pressionar o futuro governo a estabelecer diretrizes que visem realmente ao desenvolvimento do Brasil. E, ao mesmo tempo, devemos também cobrar que o governo Lula interrompa o roubo escancarado de nosso petróleo por parte do imperialismo, o que se intensificou após o golpe de estado de 2016. Devemos exigir do futuro governo Lula a re-estatização completa da Petrobrás e das estatais vendidas a preço de banana, assim como também devemos exigir combustíveis a preços baratos e justos para a população, afinal a empresa possui total capacidade de produzir 100% da gasolina e do diesel que consumimos.
Está na hora de outra campanha “O petróleo é nosso”, como aquela da era Vargas nos anos 50 que estabeleceu o monopólio estatal da exploração, refino e transporte do petróleo. O petróleo é do Brasil e não de capitalistas estrangeiros sanguessugas que nem sabem apontar num mapa onde o país se situa. Queremos gasolina a preço de real (R$) e não a preço de dólar (US$). A Petrobrás é dos brasileiros.