Desde 2013 e, até antes, o PCO se levantou na defesa dos governos petistas, eleitos legitimamente, e na defesa do ex-presidente Lula contra os ataques que sofria oriundos do imperialismo americano com o objetivo de manipular a economia brasileira em seu benefício. Tal defesa não tinha nenhuma conotação de preferência ou concordância com a política adotada pelo ex-presidente Lula e pelo governo petista, mas sim na percepção de que todos os ataques da burguesia contra o PT e seus representantes tinham origem ou eram orientados pelo próprio imperialismo.
Em todas as ocasiões foi esclarecido que a posição do partido era unicamente uma posição em defesa da candidatura de Lula, uma posição de enfrentamento ao ataque do imperialismo americano contra o Brasil. O partido disse, várias vezes, que a vitória de Lula representaria a vitória da classe operária contra o golpe de Estado que foi dado em 2016 , contra o governo Dilma Rousseff, com participação direta de vários agentes do imperialismo, principalmente o americano.
A partir desse critério analítico exposto anteriormente, só podemos avaliar como chantagem qualquer suposição de que o partido, por apoiar a candidatura do ex-presidente Lula incondicionalmente, teria que necessariamente apoiar todos os políticos do PT que se candidatarem, de igual modo. A defesa da classe operária, frente aos ataques do imperialismo, é inegociável, e o partido considera o ex-presidente a escolha da classe operária como seu representante. O que não vale de igual forma para qualquer outro político do Partido dos Trabalhadores, como é o caso de Haddad.
Além disso, o partido não se vê, nem deveria, na obrigação de apoiar qualquer candidato que siga outro programa político que não o seu. Como regra, o PCO não vota em candidatos de outros partidos, exceto a partir de uma decisão votada por sua militância internamente em apoio a um determinado candidato que represente a classe operária e seja de outro partido. Candidatos como Haddad e Marília Arraes, por exemplo, não estão dentro desse filtro, não representam a classe operária, mas sim a pequeno-burguesia que, de maneira geral, quando em cargos políticos, seguem os mesmos princípios da burguesia em sua atuação política. Candidatos como Eduardo Leite ou Marcelo Freixo se enquadram menos ainda nessa classificação, são representantes, em grande medida, consagrados da burguesia.
O alvo do PCO é a construção de um partido genuinamente operário e, consequentemente, não se pode distrair-se em apoios a candidatos da pequena-burguesia ou da burguesia que, durante as diversas manifestações e expressões da luta de classes, como por exemplo as próprias eleições, vão pender contra a classe trabalhadora e ao lado e em benefício da classe burguesa.
O real peso e importância das eleições para um partido revolucionário
A política em questão, a do voto útil, por exemplo, fez com que candidatos como Guilherme Boulos (PSOL) crescesse e chegasse ao número de um milhão de votos em São Paulo, quantidade de votos que não conseguiria sem o apoio do ex-presidente Lula. E ainda tem o problema de que não teve a contrapartida. O apoio do PSOL ao PT foi inútil para conseguir votos. Essa política acabou elegendo políticos da direita como Eduardo Paes, no Rio de Janeiro e só serve para eleger quem não tem voto. E mais: o essencial na política não são as eleições, as eleições são apenas uma das expressões da luta de classes.
Conforme este Diário já publicou, Lula é representante da luta contra o golpe, do povo trabalhador brasileiro. É preciso se levantar em apoio à candidatura do ex-presidente Lula, nesse período, pela revogação da reforma trabalhista, contra as privatizações, o roubo do petróleo nacional e de todos os direitos dos trabalhadores etc.
É preciso mobilizar imediatamente os trabalhadores para reverter o voto de quem está indeciso devido a tantos erros cometidos pela esquerda nesse momento. É preciso lutar pela candidatura de Lula à presidência, por um governo dos trabalhadores da cidade e do campo.