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Fora Meirelles!

A campanha de Lula está trabalhando para a própria derrota

Ao inserir seres tão abomináveis em sua campanha, Lula dá munição para Bolsonaro fazer demagogia

Desde que Lula e Haddad se reuniram com os oito ex-presidenciáveis, todos golpistas, todo tipo de opinião profundamente bizarra tem aparecido dentre os elementos mais direitistas, e despolitizados, que “apoiam” a candidatura do ex-presidente. Um artigo que chama a atenção é a grotesca apologia aos bancos e ao imperialismo de Alex Solnik, colunista no Brasil 247, intitulado “Meirelles pode garantir primeiro turno”, que é efetivamente o suprassumo dos delírios daqueles que acham que a profunda direitização da campanha é a resposta. Àqueles que acompanham suas colunas não há nada de inédito.

Solnik defende que cercar Lula de lixo é uma grande vitória da campanha, em suas palavras “um gol de bicicleta” … só se for contra. Ele destaca o apoio de Meirelles, o elemento mais reacionário dentre os presentes, como sendo “o mais forte”. Um verdadeiro escárnio com a militância de base petista, e os demais setores populares, que têm feito a campanha nas ruas, que de fato servirão de apoio real ao governo de Lula caso seja eleito e que depositam em sua candidatura a esperança de melhores condições de vida, algo certamente ortogonal aos interesses que defende um banqueiro como Meirelles.

A esperança de Solnik é que algo semelhante à infame Carta aos Brasileiros, que na verdade amordaçou duramente o primeiro governo petista, que depois adquiriu progressivamente um caráter cada vez mais nacionalista e menos dependente do imperialismo, seria obtido com o “apoio” de Meirelles. O fato é, no entanto, de que o setor mais poderoso da burguesia, que inclui os banqueiros, e ligado ao imperialismo foi o principal responsável pela derrubada do governo de Dilma Rousseff. E o golpe continua. 

Se ilude aquele que acredita que hoje há algum tipo de luta entre os democratas, que dirigiram o golpe, e o Bolsonarismo. É uma farsa, e a esquerda tem se colocado a reboque desta política falida. É importantíssimo entender que esses ditos democratas farão tudo, e mais um pouco, para atrapalhar, e derrubar, um governo de Lula que não seja uma monstruosidade neoliberal. O fato de terem derrubado o governo de Dilma é evidência de que somente a rédea mais curta será aceita, o que significaria um neoliberalismo selvagem com verniz “esquerdista” (exemplo cabal sendo o fracassado governo de Gabriel Boric no Chile).

Por outro lado, ao contrário de um agente avulso como Boric, que foi alçado à sua posição com muito dinheiro do imperialismo e que não responde a mais ninguém, Lula deve responder à classe operária em alguma medida, independente daquilo que pensa ou queira fazer. E disso os banqueiros sabem. Lembremo-nos do áudio vazado de André Esteves, membro do Conselho Administrativo do banco de investimento BTG Pactual, alguns meses atrás em que disse algo na linha de “Lula não é problema, podemos lidar com ele; o problema é o pessoal que vem com ele”. Esse “pessoal” consiste justamente dos trabalhadores.

Neste momento, devemos fazer uma comparação entre as campanhas de Lula e de Bolsonaro. Temos de encarar a gigantesca vitória política que foi o Sete de Setembro para o presidente ilegítimo, e devemos mais uma vez reiterar o papel de manipulação eleitoral que cumprem as pesquisas eleitorais. É absurdo pensar que o Bicentenário nada tenha influído nas intenções de voto de Bolsonaro. Além disso, devemos tratar também da questão de Bolsonaro aparecer como candidato antissistema enquanto ainda é presidente! Ele é duramente atacado pela imprensa golpista e, numa medida menor, pelo regime golpista, especialmente pelo STF, a mais antidemocrática instituição brasileira… e tem jornalistas e direções políticas defendendo que o STF está correto em perseguir Bolsonaro e que acreditam mesmo, seria melhor se estivessem fingindo, que o rei careca trabalhará em prol de Lula, e de uma “democracia” abstrata que ninguém conhece nesse País hoje. Em particular, aqueles que coordenam a campanha do ex-presidente.

Naturalmente, malandro como é, Bolsonaro denuncia a perseguição e se torna assim o candidato antissistema ao mesmo tempo que detém o poder executivo. E, sinceramente, não há nada do que parecer o candidato antissistema num País em que dezenas de milhões de pessoas passam fome, em que as liberdades democráticas evaporam rapidamente, onde não há emprego etc. Fica fácil para os direitistas usarem dos delinquentes políticos infiltrados para fazer a campanha do “Lula é o candidato do PSDB, dos banqueiros, dos globalistas, daqueles que querem entregar a Amazônia etc.” E não devemos subestimá-la, é possível que seja capaz de angariar alguns votos dos setores mais atrasados do petismo. Além, é claro, do fortalecimento da base eleitoral de Bolsonaro.

Que solução propõe o indigente intelectual Solnik? Que Lula apareça com tudo que há de mais reacionário deste país para “levar no primeiro turno”. Na verdade, essa ideia não é da cabeça do comentarista político profundamente confuso, nem daqueles que trabalham na campanha de Lula e pensam estar fazendo um ótimo trabalho, mas sim da burguesia. Lula está desde o golpe de 2016 em uma posição parecida com a de Getúlio depois do Estado Novo. Nas palavras de Carlos Frederico Lacerda, um dos maiores vendilhões golpistas que o Brasil já viu, “O Senhor Getúlio não deve ser candidato, se for candidato não deve ser eleito, se for eleito, não deve tomar posse, se tomar posse não pode governar”. 

Lula foi preso em 2018 e abdicou de concorrer às eleições. Pouco mais de um ano e meio depois as mobilizações populares por sua liberdade, em que o PCO teve destaque, conquistaram a sua liberdade. Agora, Lula é candidato, deve então perder as eleições. Os direitistas nefastos cumprem aqui um papel importante, figuras como Alckmin e Meirelles (caso repitam a dose do terceiro governo de Fernando Henrique Cardoso como diz a piada acerca do primeiro governo Lula) desgastam muito a popularidade do ex-presidente e sabotam a sua campanha. Além disso, caso vença as eleições, a burguesia vai impedi-lo de governar por dentro do próprio governo, será um governo do Meirelles e do Alckmin. Por isso, como disse o nacionalista burguês Requião hoje mais cedo, “Meirelles propõe o fechamento das estatais brasileiras. Eu proponho que se feche definitivamente a boca do Meirelles. Eficiente e simples assim.”

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