A emissora TV Morena, afiliada da golpista Rede Globo no estado de Mato Grosso do Sul, realizou na tarde desta quinta-feira, (8), uma reunião com os partidos políticos que disputam o governo do estado, apresentando uma série de barreiras que, na prática, implicam na virtual exclusão do Partido da Causa Operária (PCO) do debate político a ser realizado e transmitido pela rede monopolista no estado.
Sob o argumento cínico de “representatividade”, a empresa condicionou a participação dos partidos no debate a posse de cargos eletivos ou um determinado percentual nas pesquisas de intenção de voto. Uma forma velada de excluir os partidos pequenos e proteger as grandes oligarquias locais.
O episódio de censura “velada” torna-se mais uma evidência do caráter antidemocrático das eleições brasileiras e também das concessões públicas de rádio e TV.
Além da proteção eleitoral, o caso envolve uma tentativa igualmente velada de censura ao único candidato indígena oriundo de uma retomada em todo o Brasil. Denunciando a violência e as execuções cometidas pelos fazendeiros do MS em conluio com o aparato de repressão (justiça e polícias), as aparições e declarações de Magno Souza têm desencadeado uma nova onda de ataques à liberdade de expressão por parte do regime golpista.
Recentemente, este próprio Diário Causa Operária foi vítima de censura pela justiça eleitoral por expor os crimes cometidos pelos aliados políticos e de classe da principal candidata da terceira-via, Simone Tebet (MDB), ela própria, latifundiária no estado e proprietária de terras no município de Caarapó (267 km de Campo Grande), palco de um violento massacre de índios Guarani Caiouá em 2016.
Segundo o Conselho Indiginista Missionário (Cimi), entre 2003 a 2020, pelo menos 573 índios foram executados no Mato Grosso do Sul. Simone Tebet fora vice-governadora do estado entre 2011 a 2015.