Os chilenos decidirão neste domingo, 4, se aceitam ou rejeitam a nova Constituição identitária de Gabriel Boric e do imperialismo. Por enquanto, as pesquisas apontam para o vitória ao rechaço ao texto constitucional. De acordo com a maior parte das pesquisas, há vantagem de dez pontos percentuais para o “não” ao texto apresentado pela Assembleia Constituinte eleita em 2021, logo após os chilenos autorizarem, via plebiscito, a criação de uma nova Carta. O que isso significa na prática? Que Boric não aglutina nenhuma força política contra o imperialismo. A própria proposta foi feita nos laboratórios do George Soros.
Algumas propostas colocadas são extremamente antipopulares como, por exemplo, o “Bicameralismo assimétrico”. Atualmente, a Constituição prevê que o Congresso Nacional seja bicameral, com Senado e Câmara dos Deputados com funções legislativas simétricas. Caso seja aprovado o novo texto, o parlamento será composto por duas câmaras com funções diferentes, o que tem sido chamado de sistema bicameral assimétrico. O Senado seria “eliminado” em favor de uma “Câmara das Regiões”, que passam a ter mais força e aglutinar os mesmos que controlam o país, que terão poder policial e judicial ao mesmo tempo.
Uma armadilha preparada é a criação do Sistema Nacional de Justiça, que cria novos e diferentes tipos de tribunais, e também busca garantir o princípio do “pluralismo jurídico”, por meio da inclusão de um novo Sistema Jurídico de Direitos Indígenas. Povos e Nações, que julgará assuntos e disputas dos diferentes povos originários. A Suprema Corte permanecerá com as funções originais teoricamente regulado pelo Conselho de Justiça, que será encarregado de nomear os juízes. A demagogia com os direitos indígenas certamente servirá ao propósito separatista de uma ala imperialista dos Mapuches, em regiões mineiras.
Com isso, judicializa-se um novo sistema de nações no Chile dividindo o país, pois a nova Constituição é “plurinacional” e não federal, reconhecendo como nações: Mapuche, Aymara, Rapanui, Lickanantay, Quechua, Colla, Diaguita, Chango, Kawésqar, Yagán e Selknam. O texto obriga garantir assentos reservados para representantes dos povos em todos os colegiados de representação popular, o que dará margem para ‘Sônias Guajajaras’ e ‘Yakus Pérez’ nadarem de braçada com o imperialismo.
Ação nas sombras
Boric, o escolhido pelo imperialismo como modelo de fraude eleitoral para a América Latina, vai submeter um referendo constitucional para ludibriar a esquerda de seu país e o povo. Boric, aproveitou da pandemia para arrefecer os movimentos insurgentes no Chile e articular com o pinochetismo uma maneira de não alastrar a revolta para outros países, dentre eles o Brasil.
No auge das manifestações populares, Gabriel Boric, político feito nos laboratórios Bachelet, hoje alto comissariada da ONU, organizou um golpe que organizou federações partidárias e freou o crescimento de Daniel Jadue, do Partido Comunista. Gabriel Boric fez reunião à portas fechadas com o pinochetismo, com respaldo do imperialismo, conforme denunciamos neste Diário.
Após ter conseguido o controle sobre a ala identitária do movimento, em uma versão do “Ele Não” chileno “violador eres tu”, Boric impulsionou o imperialismo atacando Venezuela, Cuba e Nicarágua, assegurando poltrona cativa em Washington. Além disso, protagonizou como um falso rebelde, jovem, que curte Rock’ n Roll.
Tratado de Paz e o Apruebo Dignidad
Surfando na onda identitária, Boric conseguiu um dos maiores golpes jamais vistos, derrubando o Partido Comunista, além de ter comparecido sozinho em uma reunião com a ala mais reacionária de Sebastián Piñera. O tratado golpista, chamado “Tratado de Paz”, teve patrocínio da elite financeira que o apoiou e da Open Society, por intermédio da Open Democracy, além do apoio das Nações Unidas e várias organizações como o próprio NED, de quem falaremos em outra seção. Ocorreram protestos com o golpe de Boric, mas as tensões foram sendo acomodadas ao longo do tempo, chegando ao apoio de amplas forças políticas, exceto o Partido Comunista, que apoiou após convenção partidária, por falta de consenso entre os partidos mais esquerdistas.
Boric, o golpista, ainda criaria em Janeiro de 2021, o Apruebo Dignidad, que disputaria com sua outra frente, o Frente Amplio e o Chile Digno. As duas frentes formadas por Boric e amplamente alimentadas pelas forças imperialistas derrubaram o Chile Digno, de Daniel Jadue. A maquinaria Boric, portanto, alimentada pelos Socialistas, seria a ponta de lança contra o “fascismo” representado por Kast.
Já no governo, Boric costurou com todas as alas mais direitistas da economia e da segurança para manter a demagogia identitária, enquanto a constituição permanece praticamente a mesma, porém com tempero indígena, a minoria populacional chilena, habitantes dos desertos e que estão sobre o subsolo mais rico do país.
A população que se viu enganada por Boric se revolta, vai às ruas e vem apanhando forte dos carabineros de Pinochet. Boric, com isso, vem sendo aplaudido todos os dias na CNN Latino-Americana, pois controla com força a revolta popular. Boric é um governante demagogo, mas ataca o povo e os estudantes, que se viram traídos. A fúria dos estudantes levou o irmão do Boric a apanhar em praça pública, o que significa dizer que o povo quer a cabeça do Boric. Isso significa também que o povo não foi derrotado, não caiu na farsa do presidente tatuado, apenas a classe média identitária.