Há quase 5 anos, no dia 11 de setembro de 2017, a senadora Simone Tebet, candidata da terceira via, votava o texto que seria aprovado no Senado pela chamada reforma trabalhista. A reforma determinou que se pudesse negociar de maneira individual – ou seja, que o patrão pudesse retirar ou flexibilizar- determinados direitos: parcelamento das férias, flexibilização da jornada, participação nos lucros e resultados, intervalo de almoço, plano de cargos e salários, banco de horas, grau de insalubridade do trabalho, prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia do Ministério do Trabalho, remuneração por produtividade etc. Ademais, essa dita negociação estaria acima da lei, ou seja, direitos garantidos poderiam ser negociados, ou seja, perdidos. Além disso, foi estabelecida a possibilidade de multa em processos trabalhistas a quem realizar o processo.
A atual candidata e senadora Simone Tebet vem fazendo uma campanha sobre uma suposta defesa da mulher num viés identitário. O que quer dizer, como exposto acima, o massacre dos trabalhadores em geral, mulheres ou não, em conjunto com uma camada de demagogia para pintar tudo isso de rosa.
Mas o exposto não é somente o que a senadora defende, ela vai além: a dita flexibilização do trabalho em locais insalubres também serviu para grávidas e mulheres em período de amamentação. Na prática, isso quer dizer que gestantes e lactantes só seriam afastadas do trabalho em caso de “grau máximo” de insalubridade, só que o grau de insalubridade do trabalho também pode ser, supostamente, negociado!
Em outras palavras, a candidata presidencial, Simone Tebet, votou pela retirada de direitos de trabalhadoras gestantes e lactantes para que não sejam afastadas de atividades insalubres! Isso foi determinante no período da pandemia para que essas mulheres fossem submetidas a trabalhos que as expunham ao vírus letal, sem proteção.
A reforma trabalhista, após aprovada, não gerou os empregos prometidos. No lugar disso, o que se viu foi uma precarização dos empregos já existentes, com retirada generalizada de direitos e efetiva redução de salários em diversas áreas. Os trabalhadores, mulheres ou não, podendo ser multados em caso de processo trabalhista se julgado de “má-fé”, tiveram retirado seu acesso à justiça do trabalho.
Simone Tebet votou a favor disso, do massacre da população, da destruição das condições de vida dos trabalhadores, que hoje se encontram na miséria, no desemprego, no desalento, na fome. A candidata da terceira via, candidata do golpe, candidata da Rede Globo, nada tem a oferecer às mulheres senão o fato de ser mulher, uma mulher para massacrar as demais mulheres, enquanto fala cinicamente que “mulher vota em mulher”.
Foi Simone Tebet, também, uma das que votou pelo golpe, pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores, a primeira presidenta da história do País. Um golpe que foi dado para efetivar a reforma trabalhista, bem como a reforma da previdência, que retirou o direito de se aposentar de todas as mulheres trabalhadoras e de todos os trabalhadores.
Mais que isso, Tebet é latifundiária, um setor da sociedade que emprega a pistolagem contra camponeses e indígenas. No caso, ela é do Mato Grosso do Sul, da região de Dourados, onde assassinatos e torturas contra os índios Guarani-Caiouá, como o companheiro Magno Souza, candidato do PCO ao governo do Mato Grosso do Sul, ocorrem há anos. Uma mulher inimiga dos trabalhadores, inimiga dos camponeses, inimiga dos indígenas e de todas as mulheres que se enquadram nestas categorias.
Se o identitarismo fosse sério quando diz que a mulher é mais afetada pelas mazelas sociais, então acusaria seriamente a referida candidata. Porque se as medidas citadas nesta matéria afetaram e afetam o conjunto da população de maneira cortante, afetam ainda mais brutalmente as mulheres brasileiras. O identitarismo, empregado por Simone Tebet, é uma arma apontada para aquelas que diz proteger. É uma história, e uma promessa, de massacre.
A direita golpista, pró-imperialista, a direita dita tradicional, ou chamada por alguns setores da esquerda pequeno-burguesa de direita democrática; é o setor mais perigoso da direita. Foi essa ala que deu o golpe, que retirou os direitos da população, que atacou a Petrobrás e desmontou a indústria nacional com a farsa da Lava-Jato, o que levou a um aumento drástico no desemprego, uma destruição do Brasil.
Aos trabalhadores e trabalhadoras, apenas uma opção: Fora Bolsonaro e todos os golpistas! Lula presidente, por um governo dos trabalhadores!