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Breve histórico

Latifundiários ligados à Tebet, recordistas de chacinas de índios

Tebet tentou "corrigir" o Wikipédia para esconder suas atrocidades

Simone Tebet, herdeira de seu pai, o ex-ministro e ex-presidente do Senado Ramez Tebet, defende indenização em dinheiro para que demarcações sejam feitas.

Ela e os três irmãos juntos administram uma fortuna em imóveis no Mato Grosso do Sul, entre os quais estão três fazendas, uma em Três Lagoas, outra em Fátima do Sul e uma terceira em Caarapó, a Santo Antônio da Matinha, de 860 hectares, no extremo sul do estado, registrada entre os bens da senadora pelo modesto valor de R$ 457 mil.

Uma das fazendas, segundo o Conselho Missionário Indigenista (Cimi), faz parte de uma grande extensão de terras reivindicadas pelos índios Guarani-Kaiowá, a Tekoha Pincorock, na Terra Indígena  de Amambaipeguá, em Caarapó.

Latifundiários e indígenas, se enfrentam neste momento em suas terras, como no dia 24 de junho passado, em Amambai, no sul do estado, resultando na morte de Vito Fernandes, de 42 anos, e outros oito feridos, por uma tropa de choque da Polícia Militar (PM) do Mato Grosso do Sul, numa operação ilegal, já que quem deve atuar em conflitos envolvendo indígenas é da Polícia Federal (PF).

As terras de Caarapó coleciona histórico de ataques: em junho de 2016, na fazenda Yvu, que fica na mesma área das terras de Simone Tebet, onde um grupo de fazendeiros, ocupando mais de 40 caminhonetes, disparou contra indígenas, matando um deles, Clodiodi Aquileu Rodrigues de Souza, de 26 anos, e deixando outros oito feridos.

Sobre a demarcação

A portaria que daria início à demarcação e à homologação, elaborada pela Funai, foi publicada no final do governo da ex-presidente Dilma Rousseff, mas engavetada nos governos posteriores. Na área estão cerca de 80 fazendas cuja posse é questionada pelos indígenas.

Como senadora, Simone Tebet se colocou contra as reivindicações dos Guarani-Kaiowá. Uma publicação do Cimi, de setembro de 2018, lista Simone Tebet entre os 50 parlamentares, 10 senadores e 40 deputados, que mais atuaram contra os direitos indígenas.

Temos um destaque, o Projeto de Lei 494/15, apresentado ao Senado, que visa alterar a Lei nº 6.001/73, o Estatuto do Índio, com o objetivo de interromper qualquer ato de demarcação em “caso de turbação, esbulho ou ocupação motivada por conflitos” nos dois seguintes anos à sua desocupação. Ou seja, se houver luta dos índios, retomada, eles perdem o direito às terras reivindicadas.

Em campanha para presidência da República, a assessoria de Simone Tebet foi bloqueada para edição no WikiPedia, importante plataforma de informações sobre assuntos e personalidades na internet. Foi impedida de editar o perfil da senadora sobre questão indígena e direitos humanos e inclusão de conteúdo sobre outras atuações.

Seriam excluídos o PL sobre pagamento da União aos latifundiários pelas terras dos indígenas e esconder que seu marido, Eduardo Rocha, atual secretário de governo de Reinaldo Azambuja (PSDB), governador de Mato Grosso do Sul, foi um dos nomes da comissão parlamentar de inquérito (CPI), na Assembleia Legislativa do estado, para investigar o (Cimi), instituição ligada à Igreja Católica considerada uma das defensoras dos povos indígenas no Brasil.

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