Crime de opinião ou fake news?

Tebet quer punição exemplar para quem chamar um careca de careca

Ao se ajoelhar diante do "Deus vivo judiciário" ela revela a estreita conexão que ele tem com a 3ª via.

Esta semana, o canal “Cortes do Flow” entrevistou Simone Tebet, candidata à presidência pelo MDB com o tema “Quem decide o que é fake news?”. A entrevistada ao responder as perguntas e situações postas pelo apresentador afirmou suas posições.

Citando que Lula defendeu alguma regulamentação da imprensa, o apresentador Igor Coelho perguntou o que acha disso e também o que acha das chamadas “fake news”. Ela respondeu que controle da imprensa é diferente de “fake news” mas se complementam.

Posicionou-se radicalmente contra qualquer tipo de controle da imprensa, pois isso tem viés ideológico e é coisa de quem tem medo da verdade. O que temos que combater são as “fake news” que não são notícias, disse ela. Trata-se de mudar a verdade a seu favor, a seu benefício, mudando equivocadamente a mentalidade de uma geração.

Igor concorda que devemos combater as “fake news”, mas considera perigoso atribuir o poder de decidir o que é “fake news a um burocrata”, ela argumenta que não é isso que ela advoga, e que a constituição é clara, quem decide, quem julga, em caráter definitivo quem tem direito ou não, em relação à vida do cidadão é o judiciário.

Diz que temos que combater a “fake news” com informação, com campanha publicitária, nas escolas, com mais democracia, com mais transparência. 

E argumenta que o que vale no mundo real não vale no mundo virtual, que a constituição já fala disso, é a liberdade de expressão, e “ela não é absoluta”, dando o exemplo de que seu eu acuso alguém sem que seja verdade (faltam provas) serei processada por calúnia (injúria ou difamação) que consta no código penal. Quem vai decidir é o judiciário, dando direito de defesa e ouvindo as partes.

Complementa dizendo que a gente só precisa enviar para a justiça os crimes de calúnia, difamação, fake news e fazer campanha massiva nos meios de comunicação contra essa atitude.

E continua argumentando que a gente precisa aprimorar como as plataformas podem apurar essas situações, e o Igor fala que isso é perigoso e que podemos ser condenados por alguma coisa que um sujeito achar que é “fake news”.

Ela argumenta que a plataforma pode verificar o que foi feito de antidemocrático, sem a regulamentação e com diálogo. Enfim, ela defende que o judiciário é o órgão máximo de resolver as questões conflitantes, cumprindo com os rigores da lei e do código penal.

O judiciário é visto pela sociedade de forma contraditória com o que defende a advogada Simone Tebet, que acha que ele está acima da sociedade e portanto como um “Deus vivo” que promoverá a paz e a harmonia entre os povos.

Nada mais longe da realidade, pois o que o povo vê nas ações do judiciário não corresponde a nada disso. Só como exemplo no futebol, a frase mais dita pelos torcedores é “juiz ladrão”, ninguém recorre ao judiciário em quase nada, pois sabem que a causa será ganha por quem tem mais dinheiro e poder. Basta verificar os processos trabalhistas, raramente a sentença é favorável ao trabalhador e as provas estão todas em poder dos empresários, em seus arquivos, não em poder dos trabalhadores, que tem apenas o demonstrativo do que a empresa pagou ou descontou.

Essa “punição exemplar” que ela atribui ao judiciário prova que ela é a favor da censura na questão dos “crimes de opinião” e que o controle do que é falado nas redes sociais deveria ser feito pelo aprimoramento do controle das plataformas, sem regulamentação pelo estado, livremente e a critério da plataforma. Isso é a defesa do controle da expressão social de forma privada, e ao estado caberia a punição. Nem mesmo as ferozes ditaduras foram capazes de fazer isso, que absurdo.

Ela ainda defende amplas campanhas publicitárias para combater as “fake news”. Mas quem viveu presenciou na imprensa oficial uma quantidade enorme de “fake news” diariamente, nos jornais, televisões e rádios.

No processo do mensalão os acusados foram sempre tratados como condenados e hoje todos foram absolvidos por falta de provas pelo mesmo judiciário que os condenou indevidamente. Não dá pra confiar nem na imprensa oficial nem no judiciário, o que prova que o povo está com a posição correta quanto aos dois órgãos.

Durante a ditadura várias vezes tomamos conhecimento da morte de militantes de esquerda  pela repressão, em notícias que diziam que a polícia matou um bandido em tal lugar. E isso não é “fake news”? Dito em português, não é mentira? Lembrando que nenhuma das emissoras foram denunciadas e julgadas pelas “fake news”.

E as mentiras fazem parte do cotidiano de toda a humanidade por milênios e quase que diariamente. Se for para punir as “fake news” tem que colocar toda a humanidade na prisão e espero que isso não sirva de inspiração para o estado burguês atuar com isso.

Sequer existe no código penal o crime de “fake news”, assim ninguém poderia pagar por um crime que não existe na lei. Mas o “grande irmão” judiciário, aplicou pena sem inquérito ou condenação a vários canais nas redes sociais, que de fato apenas falavam a verdade, aquelas que o estado não quer ouvir e que a população possa ouvir também. A verdade é libertadora.

Dado que a terceira via aqui representada pela candidata Simone Tebet, apoia incondicionalmente o judiciário e podemos dizer que também faz parte do pacote a imprensa oficial, destacamos a fala dela no programa para reforçar o argumento.

“a constituição é clara quem decide, quem julga, em caráter definitivo quem direito ou não à vida do cidadão é o judiciário”.

“O que vale no mundo real não vale no mundo virtual, a constituição já fala disso é a liberdade de expressão, ela não é absoluta, se eu acuso alguém sem que seja verdade serei processada por calúnia que está no código penal. Quem vai decidir é o judiciário, dando direito de defesa e ouvindo as partes.”

“A gente só precisa enviar para a justiça os crimes de calúnia, difamação, fake news e fazer campanha massiva nos meios de comunicação contra a atitude.”

“A gente precisa aprimorar como as plataformas podem apurar essas situações e

a plataforma verifica o que foi feito de antidemocrático, sem a regulamentação.”

Assim fica evidente o envolvimento entre a 3ª via e o judiciário e que conta ainda com a imprensa oficial colaborando massivamente. Lembremos que as redes sociais são concorrentes direto da imprensa oficial e estas têm todo interesse em banir essa forma de comunicação por acharem perigosa para a segurança do estado burguês imperialista.

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