Os ataques contra os índios Pataxó das aldeias de Boca da Mata e da retomada Cassiana, em Porto Seguro (BA), nesta quarta-feira (17/08) deixou pelo menos três pessoas feridas. Os pistoleiros a mando de latifundiários tentaram invadir as aldeias em plena luz do dia atirando contra as casas e até uma escola localizada dentro da Aldeia Boca da Mata.
Ao final da ação dos pistoleiros três pistoleiros ficaram feridos e quando estavam sendo resgatados descobriu-se que se tratavam de três policiais militares a paisana que estavam trabalhando como pistoleiros contratados pelos latifundiários da Fazenda Barreirinha, retomada pelos índios Pataxó, nas proximidades do Povoado e São Geraldo, no entrono do Parque Nacional de Monte Pascoal.
A informação foi confirmada através de áudio do Sub-Tenente Nilton da 7ª Companhia de Polícia Militar de Eunápolis, esclarece que não ouve policiais e nem trabalhadores mortos no confronto, mas fala sobre os feridos, incluindo um com tiro no pescoço. Ouça o áudio abaixo:
Os três policiais militares contratados pelos pistoleiros confirmam as denuncias dos indígenas da região e de diversas organizações afirmando que a polícia está dando cobertura para as ações dos latifundiários contra os índios.
A cobertura da polícia militar aos latifundiários é tamanha que após os policiais-pistoleiros estarem feridos, policiais militares trataram de esconder a ação afirmando que na área de retomada não existem índios e sim “bandidos ligados a organização PCE que querem plantar maconha na fazenda”. Ouça o áudio abaixo:
Essas acusações absurdas realizadas pela Polícia Militar não enganam mais ninguém. Toda a população sabe que esse é o modus operandi da PM para esconder seus crimes: mentir para justificar assassinatos e massacres.
Nesse momento é preciso toda solidariedade aos companheiros indígenas da região porque toda ação em que policiais são feridos, o resultado é um massacre ainda maior. E após as acusações da PM dizendo que nas retomadas não há índios e sim bandidos de facções criminosas, o que estão fazendo é preparando o terreno para justificar um massacre.
É preciso denunciar a ação dos pistoleiros e da Polícia Militar que trabalha como cães contratados pelo latifúndio.
É preciso exigir a saída imediata da Polícia Militar das áreas de retomada e da terra indígena e a formação de comitês de autodefesa dos indígenas contra a violência policial e do latifúndio deslocando o máximo de índios e organizações para a região do confronto e evitar novos massacres.