Neste último final de semana, ocorreu o XI Congresso Nacional do Partido da Causa Operária (PCO), a instância máxima de decisão do Partido. Na ocasião, centenas de militantes de todo o Brasil se encontraram na capital paulista para discutir a política a ser levada adiante pelo PCO neste próximo período, bem como realizaram um balanço da atuação da legenda desde a realização do último Congresso.
Dentre muitas outras atividades, os militantes presentes também votaram e aprovaram os nomes que representarão o Partido nas eleições deste ano. Bem como elegeram a nova Direção Nacional do PCO.
O Diário Causa Operária esteve presente no evento e, aproveitando a oportunidade da proximidade com candidatos de todo o Brasil, realizou uma série de entrevistas in loco com alguns dos nomes escolhidos para a corrida eleitoral deste ano.
No artigo em questão, destacamos a participação de Magno de Souza, indígena Guarani-Caiouá candidato do PCO ao Governo Estadual do Mato Grosso do Sul. No Congresso, Magno foi amplamente aplaudido com gritos de encorajamento ao denunciar a situação de sua terra, constantemente perseguida pela PM e pelos jagunços dos fazendeiros. Ademais, ele denunciou a culpa de Simone Tebet dentro de tudo isso.
Confira a entrevista transcrita na íntegra logo abaixo. Ao final, você pode assistir ao vídeo publicado na conta do Twitter do Diário Causa Operária com o companheiro Magno.
Diário Causa Operária: você é candidato do PCO ao governo do Mato Grosso do Sul, certo?
Magno de Souza: isso mesmo.
DCO: e você é companheiro da luta indígena, correto?
MS: sou do Comitê de Luta Guarani-Caiuá.
DCO: você está organizando o Comitê de Luta em Dourados?
MS: isso, principalmente em Dourados, mas também em todas as áreas de conflito, em áreas onde existem invasões da PM e de jagunços contra os indígenas.
DCO: e o que os PMs estão fazendo lá?
MS: geralmente, onde moramos, existem vários jagunços, que nós chamamos de pistoleiros, que são seguranças privados. Eles não têm respeito, eles atacam mulheres, atacam crianças, atacam os idosos, matam cachorros, dão tiros por cima das casas, atropelam as mulheres de carreta quando acham elas andando de bicicleta no asfalto.
Nós chamamos a Polícia Militar e, ao invés de eles darem atenção para nós, eles apoiam os fazendeiros. Falaram que estão ganhando dinheiro dos fazendeiros para apoiar a segurança da terra que eles dizem que é deles, mas não é. Eles têm o papel [documento] da terra, mas não é um papel original.
DCO: é uma repressão contra os indígenas por parte da PM e também dos latifundiários, dos fazendeiros?
MS: sim, é isso mesmo.
DCO: agora, você é candidato ao governo justamente para falar em nome dos indígenas, não é isso?
MS: sim. Eu me candidatei ao governo do estado do Mato Grosso do Sul para buscar melhorias para os povos indígenas tanto quanto para os povos brasileiros que andam sofrendo ameaças e sendo vítimas da PM sem ter os seus direitos. Eu fico muito indignado com tudo que está acontecendo no mundo inteiro e na região do Mato Grosso do Sul.