No começo deste mês, Eduardo Vasco, membro da comissão editorial do Diário Causa Operária, entrevistou Diogo Furtado, candidato do Partido da Causa Operária (PCO) a Deputado Federal no Paraná.
Na ocasião, Diogo comentou sobre sua participação nas eleições passadas em 2020, bem como denunciou a ditadura do Judiciário contra as candidaturas operárias do PCO.
Confira parte do diálogo abaixo. Ademais, ao fim da matéria, confira o vídeo com a entrevista na íntegra.
Eduardo Vasco: não é a primeira vez que você é candidato pelo PCO, certo?
Diogo Tadao: sim. Em 2020, eu saí candidato a Prefeito de Curitiba.
EV: como você avalia aquela sua candidatura?
DT: a primeira vez foi um desafio. Vi como funciona por dentro, conheci todo o mecanismo, participei dos debates na TV, muita gente veio atrás do Partido depois do debate. Falei também da nossa pauta por Lula presidente, e isso foi motivo de tentar indeferir a candidatura, o que chamou muita atenção. O PCO se destaca dentre os demais candidatos que sempre pautam coisas como asfaltar a rua. O PCO coloca um programa nacional, aumentamos o debate da sociedade.
EV: é muito diferente o tratamento dado por parte da imprensa, das próprias autoridades, a você em relação ao tratamento que dão aos políticos tradicionais. Pode contar alguns casos que você vivenciou?
DT: da parte da imprensa, eles me chamaram para o debate, a gente tem direito ao espaço. O problema é o próprio TSE, que coloca as regras que vão restringindo os partidos e os candidatos, para que os candidatos burgueses saiam antecipados na corrida eleitoral. Mas eles sempre fazem uma pegadinha. Agora mesmo, estou auxiliando o companheiro Adriano (candidato a Governador do Paraná pelo PCO), que teve toda a sua fala cortada pela NBC (a Globo do Paraná), tornando sua entrevista completamente genérica.
EV: cortaram ele?
DT: sim, já é o método natural deles. Da mesma maneira quando fiz uma entrevista em 2020. Caí na mesma armadilha e acabou não aparecendo […] Com relação ao Judiciário, existem vários impedimentos à realização de uma verdadeira campanha eleitoral, assim como foi em 2020. No ano passado, nossas candidaturas forma indeferidas. Além disso, muitos candidatos do Partido a nível nacional e do Paraná, tiveram, de uma maneira irônica, o número 17 na contagem de votos, que é um número menor que o círculo de tais candidatos.
EV: tiveram mais candidatos do PCO que obtiveram exatamente 17 votos?
DT: muitos candidatos.
EV: quais são as principais propostas que o partido tem para apresentar à população?
DT: em primeiro lugar, defendemos a candidatura do Lula. Ele é o único candidato operário capaz de vencer as eleições e abrir uma brecha para que possamos derrubar o golpe de Estado e, consequentemente, recuperar os direitos do povo. Além disso, defendemos a derrubada de todas essas reformas que vieram com o golpe, como a trabalhista, bem como a redução da carga horária de trabalho para 35 horas semanais
Ademais, defendemos a luta pela reestatização de estatais como a Petrobrás. Aqui no Paraná, por exemplo, foi privatizada a Fafem (Fábrica de fertilizantes, ligada à Petrobrás).Estamos lutando, junto com o pessoal do Sindiquímica, pra reestatizar a fábrica. São milhares de trabalhadores demitidos, e o prejuízo é nacional, principalmente num país que exporta muita commodities do tipo soja.
EV: o PCO defende a redução da carga horária sem redução do salário e aumento do salário mínimo, não é?
DT: exatamente! Tem muito trabalhador desempregado, o governo Bolsonaro, assim como o governo Temer, não querem abrir postos de trabalho. Os empregos que restaram para a classe trabalhadora são extremamente precários e sucateados. Então, abrir postos de trabalho, e reduzir o horário mantendo o salário, são pontos principais.
EV: segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o salário mínimo deveria ser seis mil e quinhentos reais. Para onde estão indo os outros cinco mil que está faltando no salário mínimo, Diogo?
DT: está indo para o bolso de algum patrão. O problema é como comprar os remédios, a comida, pagar os aluguéis, tudo que deveria ser pago com esses seis mil e está sendo pago com mil e quinhentos reais. Como que essa matemática fecha para o povo brasileiro? As pessoas estão morrendo de fome e frio na rua, pessoas sendo desalojadas, ficando sem casa, de onde vão tirar comida? Com a cesta básica a oitocentos, novecentos reais, é impossível.
EV: para encerrarmos, Diogo. Quais são as suas redes sociais, as formas de entrar em contato, pra acompanhar a campanha do PCO no Paraná?
DT: nosso Facebook é @pcopr29. No Instagram, @pco.curitiba e @pco.paraná. Nosso contato pelo WhatsApp, é (41) 98462-2522. Todos estão convidados a participarem das atividades, das reuniões, convidados a militarem no PCO e a se filiarem.
É um momento importante da história nacional, é o momento da luta contra o genocídio literal da classe trabalhadora, a luta contra o golpe de Estado, da retomada dos direitos do povo, a luta por Lula presidente. É o momento crucial para barrarmos a ditadura civil que está se estabelecendo no Brasil.