O grupo Globo pode mentir à vontade sobre o conflito na Ucrânia que nunca será molestado pelo Xandão (Alexandre de Moraes) superministro do STF que se tornou o guardião oficial da democracia. Pelo menos aos olhos da esquerda punitivista que gosta de judicializar tudo. Agora, se o togado achar que algum a imprensa de esquerda esteja mentindo, é bloqueio na certa.
Que a grande imprensa minta não chega a ser novidade. De fato, esse é o padrão. O que chama a atenção é que nos dias atuais existe uma verdadeira histeria contra as ‘notícias falsas’, comumente chamadas de fake news. Qualquer coisa virou ‘fake news’, até mesmo aquilo que não seja, como o nome pede, uma notícia.
Existe um outro dado curioso: no Brasil, a esquerda tem sido sistematicamente a principal vítima da grande imprensa, especialmente a Rede Globo, que em todas oportunidades esteve contra o povo. Era de se esperar que a esquerda fosse a maior opositora dessa emissora, que é uma verdadeira capitania hereditária das comunicações no País. Pois bem, é a extrema-direita que encampou a luta contra esse grupo nefasto e, queiramos ou não, se coloca na posição de defensora da democracia.
As mentiras sobre o Donbass
Vejamos como a Rede Globo, por muitos chamada de Rede Esgoto, ou Globolixo, resolveu descrever a libertação do Leste Ucraniano:
“Exaustão, desespero e raiva estão ganhando terreno no Leste da Ucrânia após cinco meses de uma “guerra sem misericórdia, uma guerra enlouquecida”, nas palavras da trabalhadora humanitária Oleksi Yukov. O conflito entrará em seu sexto mês no domingo, embora no Donbass, uma região industrial e operária no Leste do país, já tenham se passado oito anos desde que separatistas pró-Rússia apoiados por Moscou conquistaram parte do território em 2014.”
Quando o imperialismo deu o golpe na Ucrânia, em 2014, denunciamos que grupos neonazistas estavam sendo treinados e financiados pelo imperialismo. Os trabalhadores que vivem na região do Donbass, perceberam o que estava acontecendo, que seriam as próximas vítimas e resolveram, acertadamente, resistir. Mesmo assim, nesses oito anos, se contabilizam 15 mil mortos, oficialmente, pois os moradores da região afirmam categoricamente que esse número é muito maior.
As milícias das repúblicas separatistas de Lugansk e Donetsk tiveram que enfrentar um exército constituído e muito bem armado. Tudo isso sob o silêncio da grande imprensa. Com o início da operação especial da Rússia no começo do ano, o exército russo se juntou às milícias populares e libertou Lugansk, para alívio da população.
No entanto, a empresa da família Marinho trata a coisa assim:
“a invasão russa em 24 de fevereiro mudou as coisas em Donbass. Cidades evilarejos ao longo da linha de frente são atingidos diariamente por ataques e há mortes todos os dias. No melhor dos casos, há apenas casas destruídas — aquelas casinhas com jardim e pomar bem cuidados de repente caem em ruínas”.
Em outras palavras, para a Globo, a vida estava melhor quando os nazistas trucidavam a população no Donbass. Resta saber de qual cérebro doente saiu a frase ‘aquelas casinhas com jardim e pomar bem cuidados de repente caem em ruínas’. Se trata de uma falsificação completamente desonesta da realidade.
Abandono
A Globo noticia que entre os moradores da região ‘predominam a incompreensão e o desespero. E a sensação de abandono’. Por acaso, mandamos dois correspondentes para a região, os companheiros Eduardo Vasco e Rafael Dantas, e o que nos reportaram é que sim, houve abandono. As entidades de “ajuda humanitária”, como a Cruz Vermelha, simplesmente não assistiam os moradores do Donbass, toda a ajuda veio do próprio governo local ou da Rússia.
Não é de hoje que Cruz Vermelha, Capacetes Brancos, Médicos Sem Fronteiras, dentre outras, são acusadas de serem agentes do imperialismo. De fazer espionagem, carregar armas dentro de ambulâncias, simular ataques químicos (como fizeram as Capacetes Brancos na Síria). Desta vez, os habitantes do Donbass viram essa realidade com os próprios olhos.
Canastrice
No final da matéria, se é que se pode dar esse nome a uma peça de propaganda, não de jornalismo, apresentam uma cena que é digna de uma novela da Globo, perita em produzir verdadeiros lixos atômicos em teledramaturgia:
“Em Chasiv Yar, Liudmyla subitamente para de colher damascos:
— Olhe, um gato. Ainda está vivo”.
É simplesmente vergonhoso e ter que ler esse tipo de coisa apelativa, que tenta sensibilizar e comover seus leitores.
Essa emissora, que durante oito anos se omitiu de mostrar, ou para acobertar, o que fizeram os nazistas no Leste da Ucrânia, vem tentar esconder a verdade: só agora os moradores do Donbass estão tendo alguma tranquilidade e um fio de esperança. Que só não será maior porque o imperialismo, que a Globo defende, está enviando mísseis de longo alcance para os fascistas atirarem contra crianças, mulheres e idosos.
A classe trabalhadora precisa repudiar esse tipo de falsificação e exigir que o governo não renove a concessão para a Globo, que é um monopólio gigantesco nas mãos de uma única família, inimiga declarada dos interesses do povo brasileiro.