Uma comissão da chamada “nova esquerda” brasileira, composta por ONGs e institutos, tem um encontro marcado com o Departamento de Estado norte-americano, com a comissão de embaixadores da Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados dos EUA, a pauta do encontro é a eleição brasileira. As reuniões já têm data marcada, ocorrerão entre 24 e 29 de julho em Washington, capital dos EUA.
O objetivo da comissão, que reúne organizações como Instituto Mariele Franco, ligada ao PSOL, Geledês – instituto da mulher negra, Uneafro, pioneiros no identitarismo negro no País, dentre outras organizações do mesmo verniz ideológico, é pedir ao Tio Sam que respalde o processo eleitoral e o resultado do sufrágio brasileiro, isto é, que resguarde a democracia brasileira ameaçada de golpe pelo atual presidente, ao menos é esse o objetivo confesso.
Tomando o objetivo confesso, o fato já é demasiado grave, os “decolonizadores”, como muitos se arrogam, mostrando o caráter farsesco do palavrório identitário, comportam-se como se o país fosse uma colônia e eles colonizados convictos, ignoram que o Brasil é um país independente e soberano. Comemoramos neste ano o bicentenário da independência, e não necessitamos de respaldo ou resguardo de nenhum outro país. O fato de os EUA receberem oficialmente uma comissão para discutir o processo eleitoral brasileiro é em si um atentado à soberania nacional, os EUA, assim como qualquer outro país, nada têm a dizer sobre o processo eleitoral brasileiro. A ação desta comissão poderia ser classificada como uma ação antinacional uma vez que apela para um Estado estrangeiro que intervenha em um país soberano.
Outro aspecto que chama a atenção é o que poderíamos chamar de esquizofrenia política, encontrar-se com o departamento de Estado dos EUA, que já organizou centenas de golpes de Estado e ditaduras no mundo inteiro, inclusive no Brasil, destaque para o golpe de 1964, que inaugurou uma ditadura militar de tipo fascista que durou mais de 20 anos e a de 2016 que derrubou uma presidenta eleita e jogou o país no caos que se encontra, para discutir a defesa da democracia brasileira.
Contudo, a ação dessa comissão revela mais do que o objetivo confesso e que não se trata de mera esquizofrenia política, alucinação, embora haja em grande dose. Revela-se aí um passo à frente dessa “nova esquerda”, identitária, não se trata mais de atuar como difusor da ideologia identitária pró-imperialista contra o socialismo e o nacionalismo brasileiro, vão, agora, além e atuam politicamente em favor do imperialismo contra o país.
Este Diário já havia denunciado a relação entre Guilherme Boulos, um dos líderes da “nova esquerda”, com o IREE, e deste com o imperialismo norte-americano, assim como o financiamento de movimentos identitários pelo capital imperialista, e que esse movimento era resultado de uma política do imperialismo para fortalecer suas posições dentro do País. A ação revela claramente que a política não confessa do movimento identitário, não organiza o povo oprimido para luta, mas, por trás de muita demagogia, se juntam aos piores inimigos dos oprimidos contra a soberania nacional.
O identitarismo e a “nova esquerda” tem de ser completamente desmascarados, para que todos os oprimidos saibam que por trás da demagogia existem apenas serviçais do imperialismo mundial.