Na tarde desta quinta-feira (14/07), um grupo de pistoleiros organizaram uma emboscada no município de Amambaí, Mato Grosso do Sul, e assassinaram um indígena e deixaram outros feridos.
As informações são que cinco indígenas Guarani-Kaiowá foram chamados para construírem um muro na área da Coamo Cooperativa Agroindustrial próximo a entrada da Tekoha Gwapo`y Mi Tujury. Quando os cinco indígenas chegaram ao local foram cercados por pistoleiros e perceberam que não havia nenhum serviço sendo apenas uma emboscada.
As denúncias são que pistoleiros e policiais estão juntos nessa emboscada. Durante a ação criminosa o indígena Márcio Moreira foi atingido, e sem conseguir fugir ou se defender, foi torturado e executado a sangue frio pelos pistoleiros.
Dois indígenas estão desaparecidos e há indícios que estejam nas mãos dos pistoleiros sendo torturados.
Um indígena foi preso pela Polícia Militar durante a ação dos pistoleiros e encaminhado a delegacia e está sendo acusado do assassinato. Este é filho de Vitor Fernandez Kaiowá, índio assassinado pela PM há menos de um mês no mesmo local e que ficou conhecido como Massacre do Guapo`y onde a PM tentou um despejo ilegal e de maneira criminosa assassinou Vitor e feriu gravemente outros 11 indígenas.
O único que conseguiu fugir denunciou e reconheceu a pessoa que participou da emboscada e que chamou os indígenas para o local.
Esta ação está mostrando que os latifundiários não estão recuando e contam com o apoio incondicional do governo do estado do governador Reinaldo Azambuja (PSDB) e seu secretário de Justiça e Segurança Pública, o carniceiro Antônio Carlos Videira, ex-delegado de polícia.
Medidas judiciais e institucionais não vão resolver o problema da violência contra os índios na região. A única maneira é a organização da autodefesa dos indígenas contra a violência do latifúndio.