Quando se trata de noticiar a operação especial da Rússia na Ucrânia, a grande imprensa faz verdadeiros malabarismos retóricos tentando esconder o óbvio: a Ucrânia está esgotada e sendo usada como bucha de canhão dos interesses do imperialismo no Leste Europeu.
Zelensky, um fantoche patético, é colocado falando frases heroicas do tipo “As Forças Armadas da Ucrânia respondem, repelem e destroem o potencial ofensivo dos ocupantes dia após dia. Precisamos quebrá-los. É uma tarefa difícil. Requer tempo e esforços sobre-humanos. Mas não temos alternativa”. Isso depois de os russos terem capturado Lysychansk, libertar Lugansk e já se prepararem para tomar a região de Donetsk.
Estamos falando da Reuters, supostamente uma agência séria de notícias. Como não pode fugir totalmente da realidade, é obrigada a admitir que “A batalha por Lugansk é o mais próximo que Moscou chegou de alcançar um de seus objetivos declarados desde que suas forças foram derrotadas ao tentar capturar Kiev em março. Isso marca a maior vitória da Rússia desde que capturou o porto de Mariupol, no sul, no final de maio.” (grifo nosso)
Claro que tudo isso não basta. Após admitir os avanços russos no campo de batalha, a agência coloca a opinião de um “especialista”, no caso Neil Melvin, da think tank RUSI, de Londres: “Acho que é uma vitória tática para a Rússia, mas com um custo enorme”. Em seguida, ele compara a batalha com enormes lutas por escassos ganhos territoriais da Primeira Guerra Mundial: “Levaram 60 dias para um progresso muito lento”. Ou ainda, “Creio que os russos possam declarar algum tipo de vitória, [e alerta] mas a batalha principal está por vir”.
Com isso, a Reuters vai manipulando seus leitores. Se admitem uma vitória russa, logo na sequência relativizam, tentam dar a entender que não é bem assim.
Falsificação grosseira
Apesar de as tropas russas terem cercado as ucranianas, que ficaram com as opções de se render, ou morrer, a Reuters apresenta de maneira disfarçada a tese de que “a Ucrânia poderia ter se retirado de Lugansk há semanas, mas optou por continuar lutando para esgotar a força de invasão”. Não se trata de jornalismo, mas peças de propaganda.
Quando a agência de notícias russa Tass noticia que bombardeios ucranianos mataram três civis no Donetsk e deixaram 27 feridos, a Reuters diz que “não pôde verificar os números do campo de batalha”. Ou seja, coloca em dúvida um fato que já vem ocorrendo desde 2014: civis sendo mortos por tropas nazistas ucranianas. Os números “oficiais” são de 15 mil mortos em oito anos, embora moradores do Donbass afirmem ser muito maior o número de vítimas. Mas a grande imprensa não consegue verificar os números…
Guerra por procuração
A Ucrânia está sendo usada em uma guerra por procuração. O país já deu todos os sinais de que não consegue levar isso muito adiante. Suas tropas estão exauridas, seus equipamentos de guerra, marinha, aviação e infantaria, foram quase que totalmente dizimados pelas tropas russas.
O imperialismo está sacrificando os ucranianos para tentar colocar o mundo contra a Rússia. Estão destruindo um país para fazer propaganda, pois está mais do que claro que, no campo militar, o Kremlin pegou a Otan de surpresa.
Para azar da população, o golpe dado em 2014 na Ucrânia colocou no poder um presidente capacho que não se importa em sacrificar sua gente. O imperialismo não muda, continua disposto a lutar até o último ucraniano.





