O empresário Pedro Passos, um dos donos da Natura, empresa brasileira do setor de cosméticos fundada em 1969, atacou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo Passos, que se tornou bilionário no governo moderado de Lula, em entrevista a Adriana Fernandes e Ricardo Grinbaum, no jornal O Estado de S. Paulo, porta-voz da burguesia nacional, sobre as propostas do ex-presidente, “a maioria delas já foi vista e não deu certo. Novo regime fiscal. Ou seja, tirar o teto de gastos, mas não define qual é o novo regime, se terá outro. Reformas tributária e administrativa muito superficiais. A agenda de aumento da produtividade da economia não é prioritária. Crítica a preços de combustíveis”.
Pedro Passos se tornou bilionário devido à abertura de capital de sua empresa e sobretudo pela expansão do mercado de consumo durante os governos Lula. O empresário declarou voto justamente naquela que será a candidata da burguesia: Simone Tebet (MDB), a aliada do golpista Michel Temer no golpe de 2016, golpe este responsável pela crise que os brasileiros enfrentam.
Passos criticou também o atual presidente, que é cria da burguesia que o utilizou para derrotar o PT nas eleições de 2018 e agora, se a terceira via se viabilizar, será jogado fora como um bagaço de laranja.
“Podemos muito adjetivar o que o governo Bolsonaro tenta fazer: destruir as instituições, a democracia, os regulamentos mínimos da lei eleitoral, uma atitude muito tosca do que o Brasil precisa. Então, não precisa falar de programa de governo Bolsonaro porque a gente vive o programa Bolsonaro. A síntese é um show de horror. Em diversos campos. Ele sempre defendeu a ditadura, torturadores, etc. Não tem surpresa em relação à biografia dele. Há surpresa em relação a algumas coisas que ele disse na campanha e não fez. Seria um horror submeter o Brasil a mais quatro anos de bolsonarismo”, afirmou Passos, querendo se afastar do seu candidato Bolsonaro nesse momento em que o país está no fundo do poço.
A fala do empresário da Natura deixa mais claro que a burguesia não apoiará o ex-presidente Lula, a despeito do que, para ludibriar setores da população, os meios de comunicação vêm afirmando, o que deixa margem para esses setores da população acharem que Bolsonaro é antissistema, está aí contra tudo e todos, mas, na verdade o presidente faz parte do sistema e age como mais uma ferramenta nas mãos da burguesia. A nova carta nas mãos desses golpistas é a PEC da bondade para comprar votos para Bolsonaro, além das diversas acusações que virão contra o ex-presidente Lula e a ditatorial e aberrante campanha judiciária contra as chamadas Fake News, campanha esta que recairá em peso contra a esquerda e seus militantes. O PCO, vanguarda da campanha de Lula, já está na mira dos ditadores do STF.
É necessário que a esquerda não caia no clima do já ganhou, uma ação desmobilizadora, que cega os coordenadores de campanha, como já vem cegando os de Lula. É preciso continuar mobilizando a população nas ruas para derrotar o golpe e eleger Lula, a fim de que em 2023 possamos mobilizar o presidente para enfrentar os poderosos e anular todos os ataques à classe trabalhadora – como as reformas previdenciária e trabalhistas -, além de reestatizar o patrimônio nacional entregue aos parasitas do capital financeiro internacional.