Conforme divulgado por meio do site UOL, nesta semana, a Secretaria Estadual da Educação de São Paulo criou uma equipe responsável por, diariamente, fazer uma espionagem nas redes sociais. O foco do monitoramento, segundo a imprensa burguesa e a Secretaria Estadual, passa por vigiar publicações de jovens e adultos, estudantes e não estudantes, como também vídeos e postagens amplamente divulgadas, além de hashtags que, supostamente, segundo a Secretaria, poderiam vir a incentivar ou resultar em atos de violência nas escolas de São Paulo.
O grupo de “vigilância” faz parte do chamado “Gabinete Integrado de Segurança e Proteção Escolar” que existe desde 2019 no estado de São Paulo, uma criação que utilizou-se como pretexto a fiscalização da população para evitar casos como o massacre em uma escola de Suzano. A operação ainda afirma combater as “fake news”, como ameaças falsas de massacre e publicações relacionadas a este tipo de situação em âmbito escolar.
Para o governo de São Paulo, vídeos ou publicações no geral feitas na internet que façam qualquer tipo de alusão a massacres em escolas ou qualquer incidente escolar “podem servir como disparador e gatilho”. Assim, o subsecretário do estado afirma que o trabalho do gabinete de segurança seria impedir a circulação de vídeos considerados “impróprios” pelo governo de São Paulo.
O caso já escalou para ação policial em diversas escolas do Estado de São Paulo, graças a “monitoria” das redes feitas pela secretaria. Como forma de propaganda, o governo de São Paulo coloca toda a ação policial como um grande combate aos “massacres nas escolas”, quando na realidade o que se vê no dia a dia da juventude é o massacre cada vez mais crescente da própria juventude nas mãos da policia.
Este resultado prático mostra a real finalidade da ação do governo de São Paulo em relação ao controle sobre a população como um todo. O próprio governo não esconde o fato de estar espionando diariamente a própria população, vigiando cada postagem feita nas redes sociais e, ainda, decidindo com base em simples postagens a ação policial contra jovens, inclusive menores de idade, em todo o estado.
A ação de espionagem, típica de uma ditadura, tem como sempre um pretexto “bom” para a população, que neste caso seria conter os massacres escolares, algo muito menos comum no Brasil, porém que é usado como base graças a grande cobertura feita destes casos nos Estados Unidos. Assim, importando para São Paulo, o governo do estado arranjou um pretexto para vigiar diariamente toda sua população.
Como dito pela própria secretaria, não apenas os estudantes, mas sim, todos os cidadãos são monitorados. No entanto, o que é “fake news” ou não, o que é “prejudicial” ao jovem ou não, caberá ao governo dos fascistas tucanos decidir.
Esta campanha do governo de São Paulo ocorre, não por mera coincidência, com toda a operação ditatorial que o Supremo Tribunal Federal (STF) vem realizando contra toda população brasileira. Com o pretexto de estar combatendo as chamadas “fake news”, ou seja, de combater a mentira, o STF vem processando, inclusive decretando prisão e censura.
No mesmo sentido, o governo de São Paulo vem entrando na campanha de “fake news”, revelando que isso nada mais é que uma nova forma de perseguir a população.
É preciso destacar que o que causa massacres nas escolas não é a falta de fiscalização, mas sim a situação social. Com o desemprego, a fome, a opressão nas escolas e no dia a dia da juventude operária e, sobretudo, graças à ação esmagadora do Estado. O jovem, cada vez mais sem qualquer perspectiva, é a receita de toda esta situação. Com a “fiscalização” do Estado, o problema não será resolvido, na realidade apenas tende a piorar.
O caso é o pretexto do governo de São Paulo para perseguir ainda mais o povo, aumentando a opressão contra a juventude e toda população.