Mais uma chacina cometida pela polícia num bairro popular no Brasil. A Vila Cruzeiro no Rio de Janeiro foi o palco da mais recente matança comandada pelas forças de repressão na capital carioca, deixando pelo menos 25 mortos, incluindo uma cabeleireira morta dentro da própria casa, numa favela vizinha, por uma das famosas “balas perdidas”.
A contagem de corpos só ficou atrás da chacina do Jacarezinho em maio do ano passado, onde a violência policial terminou com 28 pessoas mortas. Além da Polícia Militar, a desastrosa ação policial contou com a participação da Polícia Rodoviária Federal. Ao contrário do objetivo declarado, o de efetuar prisões, o que se viu foi mais um banho de sangue impondo o terror para a população.
Munida da estrutura repressiva do Estado, a polícia mais uma vez invade um bairro popular, onde a população já vive em condições precárias, para assassinar com requintes de covardia. Algo possível de ser realizado apenas porque a absoluta maioria da população pobre está completamente desarmada e indefesa. Não é por acaso que o ilegítimo presidente elogiou a matança, ela seguiu o padrão de covardia e canalhice dos órgãos de repressão, que são uma importante base de sustentação para ele.
É imprescindível o armamento do povo e sua organização em comitês de auto-defesa para barrar esse terrorismo estatal cometido aonde os trabalhadores moram. O discurso abstratamente pacifista, contra o armamento do cidadão comum, não passa de uma defesa desse tipo de covardia cometido na última terça-feira. A polícia continua armada e vai continuar matando impunemente, pois está simplesmente cumprindo o papel que a burguesia lhe atribui.
O regime de terror imposto aos trabalhadores só pode ser combatido na mesma moeda, fogo contra fogo. Se a polícia estiver potencialmente na mira de qualquer morador em uma determinada favela, com certeza não terá tanta tranquilidade para empilhar corpos. Muito provavelmente, nem irá pra lá. A covardia é uma marca registrada dos que, não por acaso, são chamados popularmente de vermes.
Vale ressaltar aqui uma diferença importante em relação à defesa do armamento feita pelos bolsonaristas. A extrema-direita de fato quer ter o direito ao armamento, porém não defende que esse direito seja estendido de fato a todos. É uma defesa limitada a apenas um setor da sociedade, pois a covardia também é uma marca registrada da extrema-direita, o confronto em igualdade de condições não é a praia nem deles nem da polícia assassina.
Por outro ângulo, temos a esquerda pequeno-burguesa e a direita mais tradicional compartilhando a mesma posição falsamente pacifista. Da parte da direita, nada mais natural do que defender que o povo siga sendo massacrado sem qualquer chance de reagir. Porém, a esquerda que é contra o direito democrático ao armamento precisaria ao menos explicar como a população oprimida poderia se defender da violência policial de mãos vazias.
Defender o armamento do povo é defender o direito à legítima defesa dos trabalhadores contra os vermes da burguesia. Pelo fim da PM e das outras polícias, pelo livre armamento do povo e sua organização nos comitês de auto-defesa!