─ Eduardo Vasco, de Lugansk
Neste momento, 95% do território da República Popular de Lugansk (RPL) já foi liberado das forças de ocupação do exército nazista da Ucrânia. Resta apenas uma parte no oeste do país, onde estão ocorrendo combates das tropas russas e da milícia popular de Lugansk contra as forças da Ucrânia.
É uma região que compreende principalmente as cidades de Severodonetsk e Lisichansk e que, apesar de pequena em território, comporta mais de 200 mil habitantes ─ cerca de 10% da população de toda a região que é reivindicada pela RPL, antigo território pertencente ao Oblast ucraniano de Lugansk. Na semana passada, as cidades de Rubizhne e Popasna, na mesma região, foram liberadas.
Essa é uma região estratégica e por estar localizada em uma altitude maior o exército ucraniano tem conseguido manter as suas posições.
A região também é um entroncamento ferroviário com diversas linhas de trem. O exército ucraniano tem impedido a chegada de ajuda humanitária aos civis através dessas que são as únicas vias de acesso, denunciam ao Diário Causa Operária os membros do governo central de Lugansk. Utilizam os trens para trazer munições e quando necessário bombardeiam as vias. Há também trens que vêm da República Popular de Donetsk, o que, somado ao fato de ter o Rio Donets entre Severodonetsk e Lichansk, poderiam dar aos ucranianos a possibilidade de partir para uma ofensiva para o sul, abrindo um corredor na fronteira da RPL e da RPD. A intenção seria isolar a RPL da RPD e depois partir para uma ofensiva à leste para isolar a RPL da Rússia, cortando as comunicações da república separatista a fim de asfixiá-la, inclusive em termos de suprimentos alimentares.
Os ucranianos têm concentrados muitos tanques desde março na região e chegaram a montar uma artilharia pesada a fim de implementar os seus planos. Porém, duas semanas antes do que seria o início da operação ofensiva em direção ao sul, as forças russas e de Lugansk atacaram a região ─ tomando Rubizhne e Popasna.
A última zona de Rubizhne a ser tomada foi a fábrica Zarya. Lá, a milícia popular de Lugansk disse ter encontrado evidências da presença de instrutores dos Estados Unidos e da Polônia, que coordenavam as forças ucranianas a partir da fábrica. Além disso, sete mercenários americanos também foram identificados.
Segundo o prefeito de Severodonetsk, Alexander Striuk ─ alinhado com o regime ucraniano ─, apenas 15 mil dos 100 mil habitantes permanecem na cidade. Apesar das dificuldades no terreno, as forças de libertação já estão em combate na cidade e será questão de tempo até ela ser liberada. O Ministério da Defesa da Rússia denuncia que “os militantes de grupos ucranianos armados” têm utilizado uma instalação médica como depósito de armas e munições. “A equipe do hospital e todos os pacientes foram forçados a deixar o local sob a ameaça de violência física”, diz o comunicado.
Ainda hoje, a milícia popular de Lugansk anunciou a tomada da vila de Novozvanivka e o início do combate na localidade próxima de Troitskoye.
A operação militar especial russa, que foi iniciada no dia 24 de fevereiro, tem o objetivo de libertar a região do Donbass ─ RPL e RPD ─ das forças de ocupação ucranianas, que são formadas por militares, mercenários ou milicianos abertamente nazistas. Uma ferradura foi formada no nordeste, leste e sudeste da Ucrânia, com as tropas russas e as milícias populares neste momento já ocupando regiões além das repúblicas separatistas, como os Oblasts de Zaporizhie, Carcóvia e Kherson ─ cujo processo de integração à Rússia já está sendo iniciado.
A capital da Carcóvia (a nordeste), bem como Odessa (ao sul) ─ que também já é alvo das forças de libertação russas ─ são duas das mais importantes cidades da Ucrânia, junto com Kiev (centro-norte) e Lvov (a oeste). Se tomadas as cidades de Odessa e Carcóvia, é possível que o regime político ucraniano se desmantele de maneira mais acelerada. Diante dessa possibilidade, há notícias de que o governo polonês estaria em negociações com os Estados Unidos para invadir o oeste da Ucrânia e anexar aquela região, sob a desculpa de que antigamente pertencia à Polônia. O golpe de 2014 que levou o fascismo à Ucrânia, aparentemente, tem um desfecho inesperado para aqueles que diziam estar defendendo a sua pátria: a aniquilação do seu território.
Por sua vez, grande parte da população das regiões que já não estão mais sob o controle ucraniano é de origem russa e a maioria da população não se opõe à operação russa. Isso porque desde 2014 vinha sofrendo sob as botas de grupos nazistas como o Batalhão Azov ou o Batalhão Aidar, ou mesmo sob as leis ucranianas, que proibiram o idioma russo e ordenaram o desmantelamento de diversos monumentos históricos e de grande valor para a população local, como estátuas em homenagem aos soldados que lutaram contra a Alemanha Nazista na II Guerra Mundial.
A equipe da Causa Operária no Donbass irá se dirigir nos próximos dias para a linha de frente da operação em Lugansk a fim de acompanhar o processo de libertação dos últimos redutos fascistas na república popular.
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