─ RT , Tradução DCO ─ “Um embargo ao petróleo russo não interromperá a guerra nem salvará vidas na Ucrânia”, disse Clare Daly, membro do Parlamento Europeu da Irlanda.
“Não porque sinto muito pela Rússia, não porque estou na folha de pagamento de Putin, mas porque as sanções não funcionam. Eles nunca pararam uma guerra”, disse Daly em um discurso na sexta-feira, citado pelo Irish Independent.
Daly, que é membro do partido de esquerda Independents 4 Change, argumentou que “nem uma única vida ucraniana será salva” pelo embargo da UE ao petróleo russo.
“Se a Europa não está comprando, alguém o fará. As pessoas comuns da Europa pagarão esse preço.”
A UE propôs esta semana a eliminação gradual do petróleo russo até o final deste ano. Bruxelas teria criado isenções para a Hungria e a Eslováquia, cujas economias dependem fortemente do fornecimento de energia russo.
Daly disse que a Rússia “inequivocamente” é responsável pelas mortes na Ucrânia e pela onda de refugiados do país. Ao mesmo tempo, ela argumentou que o Ocidente também contribuiu para o conflito.
“Mas não podemos ignorar o papel desempenhado pela UE e pelos EUA. Isso não é desculpa para a Rússia. É simplesmente explicar, porque você não pode resolver um problema se não entender a raiz dele.”
Daly lembrou como o Papa Francisco sugeriu esta semana que a expansão da Otan para o leste “talvez tenha facilitado” a campanha militar da Rússia na Ucrânia, que foi lançada no final de fevereiro.
“Praticamente a primeira coisa que pensei foi: ‘Ele estava roubando minhas notas?’ A segunda coisa que pensei foi que o Papa seria acusado de ser um fantoche de Putin ou uma vergonha e uma vergonha”, disse Daly. Ela acrescentou que, ao enviar mais armas para Kiev, “a resposta da UE e do governo irlandês foi praticamente escalar a guerra e garantir que ela continue”.
O Reino Unido prometeu mais 1,3 bilhão de libras (US$ 1,6 bilhão) em apoio militar e ajuda à Ucrânia no sábado. A medida foi anunciada um dia depois que os EUA prometeram US$ 150 milhões em mais ajuda militar a Kiev. Moscou, enquanto isso, acusou o Ocidente de “inundar” o país com armas.
A Rússia atacou o estado vizinho após o fracasso da Ucrânia em implementar os termos dos acordos de Minsk, assinados pela primeira vez em 2014, e o eventual reconhecimento de Moscou das repúblicas de Donbass de Donetsk e Lugansk. Os protocolos mediados pela Alemanha e pela França foram projetados para dar às regiões separatistas um status especial dentro do estado ucraniano.
Desde então, o Kremlin exigiu que a Ucrânia se declarasse oficialmente um país neutro que nunca se juntará ao bloco militar da Otan liderado pelos EUA. Kiev insiste que a ofensiva russa foi completamente espontânea e negou as alegações de que planejava retomar as duas repúblicas pela força.