Bebês neoliberais

Mães são obrigadas a deixar crianças recém-nascidas em creches

Mães são obrigadas a deixar crianças recém-nascidas em creches

Mães estão tendo que deixar seus bebês com menos de dois meses na creche devido a crise econômica que assola o país, ou voltam a trabalhar, ou morrem de fome.

Uma questão importante nos debates do coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo do PCO, é que as mulheres possam criar seus filhos com dignidade. Frequentemente estamos apontando como as mulheres são as mais prejudicadas em qualquer situação na sociedade capitalista, e portanto, seus filhos também. 

Vimos que com a intensificação da crise econômica devido a pandemia do coronavírus, as mulheres foram as primeiras a perder seus empregos, ou a se demitir para poder cuidar das crianças que não tinham escola, ou dos doentes da família. 

O governo do presidente ilegítimo e fascista Jair Bolsonaro não fez nada pelas mulheres ou pelos trabalhadores em geral, os míseros R$600,00 de auxílio emergencial iniciais não davam para nada e agora o auxílio Brasil é de R$233,00, que não paga nem o leite da criança. 

Devido a essa situação as mães recém paridas estão tendo de deixar seus bebês com menos de dois meses nas creches para voltar ao trabalho, que são trabalhos informais e que portanto não lhes dão direito nenhum, nem a licença maternidade de 120 dias, que já é bem pouco. 

Vamos aqui informar que as mães neste período ainda são puérperas, isto é, a partir do momento da saída da placenta até 45 é considerado pós-parto; em relação aos bebês, os três primeiros meses são considerados meses intensos de gestação externa, e até os 18 meses gestação externa menos intensa. Acreditamos que é possível a partir destas informações compreender o quanto este período é importante para o desenvolvimento do bebê e quanto é importante a mãe estar junto dele. 

No entanto, não é possível que a mãe fique com seu filho sem nenhum tipo de amparo. Para que esse desenvolvimento seja bom, a mãe não pode estar sem condições materiais.

Na Conferência Internacional de Mulheres do Coletivo Rosa Luxemburgo do PCO, esse assunto foi abordado. No documento final consta a necessidade de que o Estado pague pelo menos um salário para as mães e pelo menos um salário para a criança até a maioridade, a creche é um dispositivo importante, mas no tempo correto, e inclusive sabemos que não há creches suficientes para as crianças, e muito menos para bebês recém nascidos.  

Não fosse suficiente essa desgraça toda a que as mulheres são submetidas, a Folha de São Paulo fez uma matéria sobre essa questão onde contam alguns casos destas mães desgraçadas por essa política neoliberal assassina, e chama nossa atenção o discurso de algumas mulheres, uma delas é a da Mariana Luz, CEO da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, organização que atua por melhores políticas para a primeira infância, ela diz: “Garantir vaga para uma criança de um ou dois meses com uma mãe nessa situação de vulnerabilidade é garantir a sobrevivência. Nós, como sociedade, precisamos entender qual é o melhor lugar para esse bebê que vive esse contexto, mas não basta só ter a vaga é preciso qualidade.” 

A qualidade é além de tudo pelo que a mãe passa, garantir o aleitamento materno, “a amamentação é importante para o fortalecimento do sistema imunológico da criança. O leite materno de cada mãe tem as propriedades necessárias e específicas para cada criança. E é o momento em que a criança forma vínculos, isso é importante para o seu desenvolvimento cognitivo e socioemocional”.  Isto é, a mãe tem que ser uma máquina, além de ter que trabalhar no pós-parto para não morrer de fome, tem que garantir a amamentação. 

Já a economista Cecilia Machado, professora da FGV e colunista da Folha de São Paulo, “a situação mostra a dualidade do aumento do mercado informal no país. Se por um lado, permite a inserção das mães no trabalho, por outro, não as garante direitos trabalhistas básicos, como a licença-maternidade”, e aproveita para puxar o saco do governo golpista, “ao menos São Paulo conseguiu estruturar uma política pública muito importante que é oferecer vaga em creche para que essas mães possam voltar a trabalhar, o que infelizmente não acontece na maioria dos municípios. Ter renda também é dar condições para o desenvolvimento da criança”.

Como nós do Coletivo de Mulheres Rosa Luxemburgo sempre apontamos, NÃO EXISTE SORORIDADE INTERCLASSES!

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