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Conflito na Ucrânia

Chomsky: Trump é “mal menor” comparado a Biden e União Europeia

Esquerdista norte-americano mostra como os setores mais beligerantes do mundo são os que se dizem "democráticos"

Na última quarta (27) o acadêmico Noam Chomsky, em entrevista ao canal EduKitchen no Youtube, defendeu a posição do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a resolução do conflito na Ucrânia, o qual defendeu uma solução negociada.

Chomsky afirmou “há, felizmente, um estadista nos EUA e na Europa, uma alta figura pública, que fez uma declaração muito sensível sobre como solucionar a crise, facilitando negociações em vez de miná-las. Seu nome é Donald J. Trump”.

Trump tem se pronunciado em entrevistas recentes defendendo uma resolução negociada com a Rússia, aproveitando sempre para atacar o governo de Joe Biden, alegando em geral incompetência e falta de habilidade para resolver o problema com ucranianos e russos, do ponto de vista norte-americano, é claro.

Noam Chomsky também destacou a referência de Trump aos acordos do início dos anos noventa em que George H. Bush haveria prometido que a OTAN não se expandiria para o leste.

E complementou “(Trump) sugeriu algo parecido: avançar para negociações e diplomacia em vez de escalar a guerra. (…)acho que é a pessoa mais perigosa talvez da história, mas vamos falar a verdade. Ele é a única pessoa que falou e é o jeito correto para sair. Outros falaram também, mas não em posições tão importantes“.

O resultado do “mal menor”

A referência de Chomsky a Trump está correta. De fato, é o único político de alto nível nos países imperialistas a tomar uma posição não diretamente agressiva diante do conflito. Trump mantém uma fala provocativa em muitos aspectos quando o assunto é política externa norte-americana, afirmando que os EUA precisam dar as cartas, precisam “falar grosso” com chineses e russos por exemplo, que usaria o poderio militar “muito maior” dos americanos para exigir uma posição dos seus adversários. Entretanto, quando pressionado sobre a resolução do conflito com os russos, ratificou que a saída seria um acordo diplomático.

O que está diametralmente oposto à política do governo Biden desde o seu início. Precisamos lembrar que, em um de seus primeiros pronunciamentos como presidente, Joe Biden atacou o presidente russo, Vladimir Putin, de ditador, de genocida etc, sem apresentar nenhuma prova é claro, além de afirmar que os EUA estavam prontos para “retomar o espaço perdido” nos últimos anos, fazendo um prenúncio de como seria a agressividade da política externa norte-americana, principalmente contra os países que não se dobrassem a seus ditames.

Desde então, o governo Biden bombardeou a Somália, Síria, continua dando suporte à Arábia Saudita no massacre aos iemenitas, que já somam mais de 200 mil mortos, segue financiando o Estado de Israel e seu massacre contra os palestinos, além de provocar o aumento das tensões com a China e da China com Taiwan, aprofundou o bloqueio econômico sobre a ilha de Cuba e finalmente, fez escalar a situação do leste europeu ao deslocar milhares de soldados para a região, além do fornecimento de armas aos países hostis à Rússia.

Finalmente, no conflito com a Ucrânia está estimulando e acossando países por todo o mundo, em especial, os países da União Europeia a se tornarem totalmente hostis, não só à operação militar russa na Ucrânia, mas também estimulando uma russofobia, aonde pessoas comuns estão sofrendo com as retaliações, além de pressionar para o envio de armas e aumentar as sanções econômicas à Rússia, política que está jogando diversos países como a Alemanha, Espanha e França, à beira de uma grave crise econômica.

Vemos com isso que, ao contrário do que foi dito pelos experts analistas da esquerda pequeno-burguesa, em 2020 quando da corrida eleitoral presidencial nos EUA, o dito “mal menor” Joe Biden, mostra-se dia após dia como sendo o oposto, o pior de verdade, mesmo em relação à Donald Trump.

Como afirmamos, àquela época, apesar de Trump ser de extrema-direita e defender posições altamente reacionárias em diversos aspectos, na prática, seu governo e até mesmo o seu discurso em assuntos essenciais, mostrou-se menos agressiva do que a política daquele que foi chamado de “o democrata” Joe Biden. Como afirmamos, Trump, foi o presidente que não iniciou nenhuma nova guerra, pelo contrário, começou a retirada das tropas do Iraque, reduziu os efetivos no Afeganistão, o qual chamou de sorvedouro sem fim de recursos e iniciou a retirada de soldados também na Síria.

Novamente, a questão aqui não é o discurso ou, nem mesmo, posições secundárias, do ponto de vista de um governo imperialista, mas sim o que de fato é feito. E neste sentido foi dito desde a vitória nas eleições norte-americanas, que Joe Biden seria muito mais perigoso para todo o mundo, simplesmente porque estava sendo colocado na posição de presidente pelos setores principais da burguesia imperialista americana: o capital financeiro de Wall Street, o complexo industrial bélico-militar e o monopólio do petróleo, principalmente.

Crise sem precedentes

A colocação de Chomsky, ao citar Trump, não é nenhuma “genialidade”, como lembramos acima, afinal para um analista político tão ovacionado mundialmente, deveria ser algo óbvio há muito tempo, perceber a contradição entre os setores que apoiam o trumpismo e aqueles que mantém Joe Biden no comando. Somente, agora parece ter ficado um pouco mais “claro” para o velho acadêmico anarquista.

Um pouco somente, pois na mesma entrevista o professor destaca que a posição de Trump, de buscar uma negociação, é a mais sensata, mesmo vindo da pessoa que “possivelmente seria a mais perigosa da história”. Realmente uma declaração de alguém que parece não conhecer nem a história política, nem compreender a atual.

Comparar D. Trump a F. D. Roosevelt, Churchill, Eisenhower, Nixon, Mussolini, Hitler, J. Stalin, somente pelo tamanho da destruição e mortes causadas por estes, realmente vê-se que a especialidade do acadêmico realmente deve ser a linguística.

A agressividade da política externa do governo Joe Biden, que já entrou “mostrando a que veio” e colocando a máquina de guerra imperialista para funcionar a todo o vapor possível é o reflexo, na verdade, da maior crise da dominação imperialista já vista.

Atualmente o imperialismo está sendo confrontado pelos maiores países do mundo (China, Rússia e Índia) e tem suas ordens desrespeitadas por praticamente metade dos países, como tem mostrado as votações da ONU. E o que explica a fragilidade desta dominação é a crise econômica, também sem precedentes, aonde os monopólios da burguesia imperialista estão enfrentando sérias dificuldades para manter o domínio nos mercados frente ao aprofundamento da crise. Lembrando que a crise econômica de 2008 não havia sido superada, segundo os próprios capitalistas, e veio a crise de 2020/21 com a pandemia da Covid-19, no que diz-se ter sido a maior de todos os tempos, com mercados paralisados e completamente desagregados até o momento. Completando o cenário, a tradicional dominação imperialista sempre levou a um aprofundamento da exploração das economias dos países oprimidos, entretanto, essa dominação está sendo confrontada, em primeiro lugar por Rússia e China que possuem poderio militar para tal confronto e em seguida contestada de forma relativa pelos demais países, de acordo com as condições como no caso do Brasil, que mesmo semi-colonizado, não está ainda completamente alinhado à atual política externa ultra beligerante norte-americana no momento.

Finalmente, tanto a crise política, de dominação imperialista, como a econômica, mostram que estamos nos aproximando de uma época de grandes atritos entre os países, aonde nenhum dos cenários podem ser descartados, como guerras locais, uma guerra mundial, utilização de armas nucleares e a fragmentação de países, mesmo os países grandes, que é o que deseja o setor mais poderoso da burguesia imperialista, uma das vias para recuperar o controle político completo pelo mundo.

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