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PIG pela censura

Por que a venda do Twitter para Elon Musk preocupa o PIG?

Em um artigo que parece ter sido retirado diretamente dos sites da imprensa imperialista, o Estadão mostra que na luta entre Musk e Twitter, ele é contra a liberdade de expressão

Nas últimas semanas, Elon Musk, o homem mais rico do mundo, encheu as pautas de toda a imprensa burguesa ao anunciar uma oferta para comprar a rede social Twitter. Entretanto, além de noticiar as negociações, o Partido da Imprensa Golpista, o PIG, tem se ocupado de levar adiante uma campanha contra a ação do bilionário. No último domingo, foi a vez do Estadão.

Antes de qualquer coisa, deve ficar claro que Elon Musk não se trata de um democrata, um venal defensor dos direitos do povo. Finalmente, ele é um imperialista de alto escalão, um neoliberal ferrenho que representa os interesses de um setor da burguesia.

Todavia, a burguesia, assim como ao longo de toda a história, briga consigo mesma. Ou melhor, os interesses de determinado setor da burguesia atrapalham os interesses de outro. A negociação que vemos é apenas um reflexo disso.

Nesse sentido, Elon Musk não defende a liberdade de expressão por princípios, tal qual faz o marxismo, mas sim de maneira oportuna no sentido estrito da palavra, ou seja, em prol de seus próprios interesses. Seja lá qual for o caso, é uma luta que, indiscutivelmente, traz benefícios ao povo no momento em que coloca um entrave na censura imposta pelos monopólios de comunicação.

Mas afinal, quais são os reais interesses de Elon?

Lutas internas, problemas na superfície

Já é sabido, de épocas passadas, que Musk tem ligações com Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos. No começo da pandemia, por exemplo, ambos questionaram a necessidade de medidas como o distanciamento social e o autoritário lockdown. Ou seja, existe um alinhamento ideológico entre ambas as figuras, pelo menos no que diz respeito a questões relativas aos direitos democráticos, como a liberdade de expressão e o direito de ir e vir.

Isso se confirma ainda mais quando Musk se colocou contrário à medida autoritária do Twitter de banir Donald Trump da plataforma em plena campanha eleitoral.

Estabelecida a conexão entre Musk e o trumpismo, que está sendo duramente censurado por parte do imperialismo, fica claro o porquê de suas tentativas de adquirir o Twitter. Por isso ele é favorável à liberdade de expressão, nesse caso. Pois, a coisa saiu tanto do controle, que até mesmo a burguesia é vítima da censura de outros setores da mesma.

Por que Elon Musk quer comprar o Twitter?

Estadão, um bastião da democracia

Vejamos, agora, o que diz o Estadão frente a toda essa disputa.

O título de sua matéria já é sugestivo de seu posicionamento: Elon Musk pode virar o ‘Cidadão Kane’ da era digital se comprar o Twitter. Mais adentro, entende-se o que quer dizer tal comparação.

Apesar de parecer irônico àqueles que conhecem a imprensa burguesa, o Estadão se preocupa com a possibilidade de Elon Musk se tornar o detentor de um enorme monopólio das comunicações com a compra do Twitter.

“E se uma das ferramentas de informação mais relevantes do mundo pertencesse a um bilionário temperamental que pudesse fazer o que quisesse com ela? Estamos falando da proposta de Elon Musk para comprar o Twitter, que ele divulgou na quinta-feira”, coloca o veículo.

Em uma de suas maiores demonstrações de cinismo de toda a história, o Estadão quer se pintar de democrático, afirmando estar verdadeiramente preocupado com o monopólio das comunicações.

O mesmo Estadão que defendeu e financiou a ditadura militar de 64, que foi um dos carros-chefe do golpe contra Lula e o PT e que, finalmente, é um dos detentores do monopólio da comunicação no Brasil. Estaria, portanto, com medo de si próprio?

Não, fica claro que a questão aqui é outra.

Estadão contra a liberdade de expressão

Deve ficar claro que a crítica que o Estadão faz é diretamente contra a liberdade de expressão. Ele próprio tem um interesse oposto ao de Musk, algo que pudemos ver nos últimos anos quando o mesmo fez parte de campanhas pelo cancelamento de Monark, pela cassação de Daniel Silveira entre outras incursões autoritárias.

Ou seja, seria um sinal extremamente negativo para os objetivos do Estadão se Musk quebrasse o monopólio das redes sociais no Twitter e, dessa forma, reduzisse a censura contra seus usuários.

Afinal, estão preocupados com a liberdade de expressão justamente porque um golpe contra a censura, de modo geral, representa um golpe contra a censura do próprio Estadão contra seus inimigos políticos. Não poderiam, nesse sentido, levar adiante uma campanha em prol da censura de determinada instituição, por exemplo, com tanta firmeza quanto o fazem nos dias de hoje.

É, portanto, uma luta política que vem à tona por meio das movimentações entre Musk e o Twitter. Uma luta que, exatamente por seu caráter político, terá consequências em todo o mundo, principalmente por se tratar de um veículo tão grande e difundido como é o Twitter.

A cereja no bolo: um ataque aleatório à Rússia

Vemos, mais adiante, como a cartilha política do Estadão vem diretamente da imprensa imperialista. Segundo o artigo:

“Quando você tem um site poderoso na internet, pode acabar na posição de receber ameaças do governo russo para prender seus funcionários devido a publicações que ele não gosta […]”

Em outras palavras, inserem, de maneira completamente esdrúxula, uma calúnia contra a Rússia em meio a uma discussão sobre o monopólio da comunicação por meio da compra do Twitter por Elon Musk. A barra já foi tão forçada que quebrou…

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