Alguns podem imaginar que o governo Bolsonaro está fazendo a xepa das estatais agora no final de seu governo para garantir a entrega do patrimônio público antes que ele saia da cadeira de presidente, de forma que o próximo, seja quem for, pegue o fato consumado.
Mas é justamente o contrário, Bolsonaro e sua gangue tenta garantir mais quatro anos de mandato mostrando ao mercado, principalmente aos investidores externos, leia-se abutres imperialistas, que é uma pessoa de inteira confiança para eles.
De fato, Bolsonaro esta acelerando ao máximo todos os processos de privatização de acordo com os interesses do mercado, exemplo disso é a Eletrobras, iniciada no ano de 2021, o processo esta marcado para ser concluído ainda em maio de 2022.
No entanto o ministro relator do processo de privatização da Eletrobras no TCU(Tribunal de Contas da União), mero chancelador das privatizações, ou seja, um tribunal que se presta a dar um ar de legitimidade ao assalto dos cofres públicos, resolveu, por motivos econômicos/políticos, obstruir o processo.
Aroldo Cedraz, alguém lembra desse sobrenome?, resolveu abrir processo de debate público para ouvir membros do governo, da academia e especialistas.
A equipe do planalto pretendia que a conclusão da votação no TCU fosse concluída até o dia 6 de abril, mas com o debate público agendado para o dia 7 de abril, a má intenção do governo caiu por terra, que agora trabalha com a perspectiva de aprovação da venda pelo TCU no mais tardar no dia 13 de abril.
Apesar das delongas é certo que o governo conseguirá privatizar a estatal de energia, e os brasileiros sentirão na pele o peso das novas tarifas em breve.
Seus trabalhadores também sentirão o que é trabalhar numa empresa privada, a começar pelo risco eminente de perda de seus empregos.
Diante de sindicatos que atuam de forma descentralizada e sem uma pauta comum a todos os trabalhadores do setor de energia os golpistas passam o rodo.
Enquanto isso na Petrobras, o lobista de empresas de petróleo americanas, Adriano Pires, assumirá a presidência da empresa e irá acabar de vez com a história de que “O petróleo é nosso”, e que sim, o petróleo é deles.
Em suma, no seu objetivo mesquinho, Bolsonaro tentará privatizar o máximo possível para ganhar o apoio da burguesia contra a terceira via.
É de extrema importância que os trabalhadores dessas estatais vença a paralisia de alguns sindicatos e defendam seus empregos e as empresas onde trabalham.
Não adiantará chorar pelo leite derramado, a hora é essa, não a privatização, reestatização de todas as empresas públicas privatizadas nas últimas décadas.