A crise social causada pela política neoliberal tem levado a manifestações e greves de diversas categorias pelo País, como garis, servidores públicos, bancários. No caso dos professores, desde fevereiro há mobilizações em diversos estados.
Greves prolongadas de professores acontecem em Minas Gerais, Piauí e Acre. Na Bahia, professores de Feira de Santa ocuparam a prefeitura e foram, neste sábado, 2, agredidos pela Guarda Municipal.
Em alguns casos, greves foram vitoriosas em conquistar aumento salarial para a categoria, como em várias cidades do Ceará, inclusive a capital Fortaleza, e em Florianópolis (SC). A Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) definiu em sua última assembleia no dia 16 mobilizações em defesa do reajuste da Lei do Piso, 33,24%, que unifica os trabalhadores da educação ao redor do Brasil. A legislação nacional definiu o piso para professores em R$3.845.
No último dia 29, o maior sindicato de professores, a APEOESP, da rede estadual de São Paulo, realizou uma assembleia presencial com paralisação e ato de protesto na Assembleia Legislativa, na qual compareceram pouco mais de 2 mil professores. A paralisação atingiu cerca de 65% das Escolas do estado. “Dezenas de escolas tiveram adesão total à greve, centenas tiveram índices superiores a 50% de paralisação, em muitos casos, com o apoio dos estudantes”, informa o boletim dos Educadores em Luta/PCO (1/4/22).
No entanto, as direções sindicais pelo País mantêm uma política de paralisia, sem mobilizar as bases, que demonstram querer se mobilizar. Por isso, é preciso quebrar a política de paralisia da burocracia sindical, que quer ficar fazendo “lobby”, pressionando congressistas, quando claramente, nos últimos anos, essa proposta tem dado errado. Por exemplo, no caso da Reforma da Previdência, em 2019, a CUT assistiu calada a retirada das aposentadorias de milhões de trabalhadores, pois acreditou que conversas com deputados resolveriam o problema.
É preciso ter uma política combativa, de greves com mobilizações e piquetes nas escolas. Unificar as categorias, contra o isolamento imposto pela organização sindical nacional, que separa diversos tipos de professores em diferentes grupos. Mas, além disso, é preciso fazer uma greve política, colocando reivindicações para o conjunto dos trabalhadores, como “Fora Bolsonaro e todos os golpistas” e “Lula presidente, por um governo dos trabalhadores”, pois desta forma é possível unificar também com estudantes e funcionários das escolas, além de outras categorias dos trabalhadores.