Enquanto os políticos burgueses protagonizaram todo tipo de baixaria no fechamento do prazo para filiação partidária junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), trocando de legenda como quem troca de roupa, o Partido da Causa Operária alcançou mais uma importante vitória. Os dados iniciais, que ainda estão sendo devidamente processados, devido à extensão continental de um país como o Brasil, já apontam para um acréscimo de pelo menos 1.500 companheiros nas fileiras do Partido. Levando-se em consideração que o PCO contava com pouco mais de 4 mil filiados antes do início da campanha de filiação, o aumento representa um crescimento de 30%.
Ainda que o crescimento seja expressivo, é preciso levar em consideração algumas informações que tornam o resultado ainda mais importante. Em primeiro lugar, ao contrário dos partidos eleitoreiros, cujos caciques estão dispostos a vender a própria mãe para conseguir um cargo público, o PCO não busca filiar de maneira indiscriminada. Não obriga — e nem teria como, uma vez que não controla nenhum setor do aparato estatal — servidores, nem funcionários, a se filiar sob risco de perseguição, nem promete mundos e fundos para aquele que registrar seu apoio. O PCO é um partido de luta, e o crescimento no número de filiados é o resultado direto de sua luta.
O crescimento do Partido se deu em todas as regiões do País. Desde o Sul, onde o Partido teve um papel decisivo na manutenção dos atos Fora Bolsonaro, visivelmente boicotados na cidade de Florianópolis, ao norte, onde o Partido tem se destacado sobretudo por sua atuação junto aos sem teto no Amapá. Em São Paulo, onde o partido detonou a infiltração da “terceira via” nos atos Fora Bolsonaro, o crescimento também foi muito expressivo e abrirá caminho para uma participação histórica do partido na eleição estadual, servindo como uma grande tribuna para a campanha por Lula Presidente.
As filiações também se deram nos mais diversos setores do movimento popular e operário. Centenas de jovens assinaram sua ficha de filiação, bem como vários trabalhadores do campo e indígenas. Companheiras do movimento de mulheres e camaradas do movimento negro, que empreendem uma verdadeira luta contra a burguesia e o golpe de Estado, ao contrário da política reacionária e demagógica dos identitários, somaram-se em peso aos filiados do Partido.
Os motivos desse crescimento são óbvios: o acerto da política do Partido e a evolução da situação política.
Desde o momento em que a direita decidiu, de maneira mais explícita, derrubar o governo do PT, levando ao golpe de 2016, o PCO se destaca cada vez mais a cada ano que se passa. O Partido foi o primeiro a sair às ruas contra o golpe, prevendo que nenhum tipo de “acordo” com a burguesia seria possível. A política do Partido acabou se impondo às massas e às mais importantes organizações da esquerda, que, apesar das vacilações, acabaram protagonizando importantes manifestações contra a direita golpista.
Em 2017, com o golpe consumado, o PCO se destacou por manter, de maneira acertada, o golpe de Estado no centro de toda discussão sobre o programa imediato da esquerda. Foi com base nisso que se colocou como a principal força dirigente do movimento pela anulação do impeachment.
Em 2018, a situação política permitiu que o Partido desse um grande salto. Ao prever a prisão de Lula, o PCO começou aquele ano organizando caravanas de todo o País para o julgamento do ex-presidente no TRF-4, preparando a mobilização contra o próximo ataque da direita. A partir de então, seguiu-se uma grande campanha de rua contra a prisão de Lula, com milhares de cartazes colados por todo o País. A campanha tomou um volume tão grande que, no dia em que Lula teve sua prisão decretada, milhares de pessoas foram ao Sindicato dos Metalúrgicos defender a política do PCO: não deixar prender!
Veio o ano de 2019 e o Partido novamente saiu na frente como o partido do Fora Bolsonaro. O PCO foi o único a denunciar as eleições de 2018 como fraudulentas e, por isso, levantou a palavra de ordem antes mesmo da realização do segundo turno daquele pleito. Não tardou para que o País inteiro gritasse a palavra de ordem, mesmo que à revelia das direções da esquerda nacional. No mesmo ano, após três atos organizados pelo PCO em Curitiba e em meio a uma grande crise dentro do próprio regime golpista em relação à Operação Lava Jato, Lula foi solto.
Nos anos de 2020 e 2021, o PCO atuou praticamente sozinho nas ruas. O movimento sindical e o conjunto da esquerda levantaram a palavra de ordem de “fique em casa” e abandonaram os trabalhadores em um dos momentos mais dramáticos da história. Em contraste a essa política vergonhosa, o PCO organizou atos, formou conselhos populares, colocou os comitês de luta em ação e preparou o terreno para uma retomada das ruas pela esquerda. Quando enfim a esquerda nacional decidiu convocar atos de rua, o PCO se destacou como vanguarda dos blocos mais combativos, formados pelos militantes do Partidos e outros companheiros de luta que se negavam a seguir as diretrizes erráticas e oportunistas do conjunto da esquerda.
E foi nesse período, continuado no ano corrente, que o Partido mais ganhou projeção. A precisão de sua política, em um momento em que a crise política se aprofunda a cada dia, colocou várias vezes o PCO no centro dos acontecimentos. Foi o principal Partido a derrotar a infiltração das cores verde e amarela nos atos da esquerda, foi o principal Partido a derrotar a infiltração de direitistas, como Alexandre Frota, nas manifestações, foi o único Partido a defender a insurreição popular afegã dirigida pelo Talibã, foi o único a defender os direitos democráticos do povo e foi o único a denunciar a operação Guilherme Boulos, bem como as infiltrações do Departamento de Estado norte-americano na esquerda brasileira. Isso, somado ao fato de que é o único partido a defender a candidatura de Lula, tanto o levou a ser caluniado pelo esgoto da política nacional, como também abriu as portas para que discutisse sua política em veículos de grande audiência, como o Pânico na TV e o Flow Podcast.
O PCO cresce porque é o único partido que oferece uma alternativa real para os trabalhadores. O único que, muito longe de estar atrelado ao regime golpista que está caindo de podre, quer enterrá-lo de vez. O Partido que vibra com cada derrota do imperialismo, como aconteceu recentemente, na Nicarágua, na Venezuela, no Cazaquistão, no Afeganistão e na Síria. Que analisa com precisão e que age na mesma medida. Que fala e faz. Que tem princípios e que os defende até as últimas consequências.
Fortalecer o PCO é decisivo na atual etapa. Apenas fortalecendo a verdadeira extrema-esquerda, é possível impedir o avanço da direita em todos os aspectos da política nacional. O ano de 2022 deverá ser um dos mais agitados do último período. Começou com a operação militar na Ucrânia, da qual o PCO é o único partido brasileiro que a defende incondicionalmente, e deverá terminar com as eleições presidenciais, que acontecerão em meio a uma crise espetacular do regime.
Embora não tenha havido ainda grandes mobilizações, trata-se apenas de uma questão de tempo para que as massas retomem as ruas. A cada dia, cresce o número de categorias em greve, como é o caso dos rodoviários no Rio de Janeiro e dos professores em todo o País, bem como o número de revoltas, como o da população em Porto de Galinhas contra o BOPE.
Para todas as lutas do ano, o PCO é uma ferramenta indispensável, uma tropa de choque do povo contra os capitalistas, que irá organizar os comitês de luta e a campanha por Lula Presidente. Por isso, o Diário da Causa Operária convida todos a se filiarem e militarem no partido da luta contra o golpe, da luta por Lula Presidente, da luta pela liberdade de expressão e da vitória da Rússia sobre a OTAN!