Os secretários de Educação, Saúde, Justiça e Cidadania, Segurança Pública e Juventude, além da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) reuniram-se na última semana e sinalizaram que 125 escolas de todas as regiões administrativas do DF receberão intervenção pedagógica, segurança, saúde mental, esporte, lazer e amparo legal.
“Isso pode nos ajudar a identificar quem está praticando crime e tirar de circulação. Para toda ação, há uma reação e consequência. Temos, então, que dar uma apertada quando há uma evolução, assim como está acontecendo”, disse o secretário de Segurança Pública, Júlio Danilo. “Podemos até ter uma guarnição na porta das escolas…” afirma o secretário de Saúde, general Manoel Pafiadache.
É extremamente grave que forças externas atuem dentro das instituições de ensino, terão, inclusive, direito de propor atividades aos alunos. Na verdade, a presença militar na escola é, por si só, uma aberração que deve ser combatida, visto que esta nada tem a agregar para o debate em sala de aula, vide exemplos em Brasília.
No mais, é evidente que a presença desses agentes não trará consequências positivas para os índices de desenvolvimento educacional de forma mágica, como tentam pintar aqueles que apoiam esse projeto. Muito pelo contrário, o cerceamento das liberdades no ambiente de aprendizado traz consigo graves retrocessos no desenvolvimento do pensamento critico analítico, visto que a repressão é contra a inovação, avanço e, enfim, contra a própria educação.
O movimento estudantil precisa se colocar contrário a isso e realizar uma mobilização pelo fim da intervenção militar nas escolas.
Para combater e derrotar os ataques da extrema-direita, é preciso ir além. É preciso formar comitês de luta, de autodefesa, em todos os sindicatos de professores e também nas próprias instituições de ensino, a fim de realizar um enfrentamento na prática, com mobilizações coletivas nas escolas para demonstrar o apoio aos professores e alunos e o repúdio à extrema-direita. E, assim, expulsar os fascistas de todos os estabelecimentos educativos, porque eles são os maiores inimigos da educação.
A PM é um órgão fascista a serviço do Estado burguês para exterminar o povo pobre e trabalhador, a juventude e demais camadas oprimidas da sociedade. Como tal, precisa ser extinta e em seu lugar estabelecidas milícias populares formadas pela própria população em seus bairros, para fazerem a segurança de maneira democrática.
Além disso, a atitude dos diretores das escolas mostra como os altos burocratas dentro das instituições de ensino estão a serviço, de modo geral e em última instância, da repressão fascista do Estado contra os estudantes, por impedirem a livre organização estudantil e chegarem ao cúmulo de chamar a polícia para atacar os próprios alunos. Contra isso, os estudantes devem se organizar e lutar pela autonomia das instituições de ensino, reivindicando uma posição política de destaque de seus representantes, uma vez que são maioria nas escolas.