Putin está se defendendo

Objetivo do imperialismo é a balcanização da Rússia

Imperialismo tenta fazer com a Rússia o que fez com a Sérvia

A atual guerra que ocorre em solo ucraniano não é uma guerra contra a Ucrânia, mas contra o imperialismo.

   Quando falamos de imperialismo não necessitamos definir qual é, pois, de fato, só existe um único imperialismo hoje no mundo, e na sua cabeça estão os Estados Unidos da América. Os demais países imperialistas (na Europa e o Japão) são subordinados aos EUA.

Como condição fundamental para que um país seja identificado como imperialista na atual etapa histórica que se iniciou no final do século XIX, a economia desse país deve ser forte, industrializada e, em termos mais concretos, ter seus tentáculos espalhados pelo mundo. Esses tentáculos são os grandes monopólios capitalistas, as chamadas transnacionais ou multinacionais. Monopólios desse tipo a Rússia não tem. Podemos, então, afirmar com certeza que a Rússia não é um país imperialista.

    Outros fatos corroboram essa tese. Basta comparar o número de instalações militares que os EUA têm e as que a Rússia tem: os EUA têm bases militares em todos os continentes e a Rússia tem apenas um porto na Síria. Mesmo que a Rússia tivesse mais algumas bases, isso seria algo insignificante se compararmos com os EUA.

    Também podemos acrescentar o fato de que os EUA têm a moeda principal usada pelo mundo, e a imprime sem freio para cobrir seus gastos militares, inclusive cada vez maiores. Lembremos que essa ditadura do dólar permitiu que no início dos anos 70 do século passado o então presidente norte-americano Richard Nixon decretasse unilateralmente o fim do chamado padrão-ouro, que havia dado uma certa garantia em valor real para o dólar, mergulhando o mundo numa crise mais profunda até os dias de hoje! e encerrando com a precária estabilidade econômica que emergiu das ruínas da Segunda Guerra Mundial.

    A Rússia, se olharmos para o século XX, ou seja, para a União Soviética e para o que veio depois da desintegração dessa união de quinze repúblicas, nunca foi um país imperialista. O fato de ser o país com maior extensão territorial no mundo é um fator de força, mas não é suficiente para caracterizar a Rússia como um país imperialista, pois falta domínio em escala mundial.

    Por outro lado, a Rússia sempre foi uma peça importante no tabuleiro político internacional, pelas suas riquezas naturais, vasta área e um poder militar considerável. No período que durou a União Soviética, esse poderio militar cresceu enormemente e tem se mantido assim até hoje. Outro motivo que faz com que a Rússia seja um alvo constante e principal do imperialismo é sua localização estratégica na Europa e Ásia. Uma prova dessa importância geográfica é o fato de que todos os países que detêm armas nucleares estão na Europa e Ásia, além dos EUA, que subordina todos eles.

    Podemos dizer que a Rússia, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, foi sendo cada vez mais cercada por potenciais inimigos.

    Isso tudo explica o que houve no processo de desintegração da União Soviética, quando o imperialismo, atuando por meio de parte da burocracia soviética, procurou desmembrar o máximo possível as quinze repúblicas em estados independentes e hostis entre si e, de preferência, hostis à Rússia.

    No início da década de 90 do século XX esse processo fez com que a Rússia fizesse parte da chamada Comunidade de Estados Independentes (CEI), e que era composta por três repúblicas soviéticas: Rússia, Bielorrússia e Ucrânia.

    O imperialismo mexeu mais ainda seus tentáculos naquele momento de derrocada do primeiro estado operário da História e investiu contra outra federação de estados operários: a Iugoslávia, tentando diminuir o poder da Sérvia, a qual foi dividida e destruída através do processo conhecido como balcanização.

    Balcanizar um estado significa repartir o máximo possível o território em pedaços hostis entre si, fazendo com que esse estado desapareça na prática, tornando mais fácil dominar e administrar a situação no seu entorno. Na atual crise aguda em que está mergulhado hoje o imperialismo, essa balcanização se torna uma necessidade vital.

    Esse tipo de política, de enfraquecer um Estado dividindo-o, não é novidade: na guerra dos Trinta Anos, no século XVII, o católico e verdadeiro chefe de governo da França, o Cardeal Richelieu, alegando a razão de Estado, apoiou os estados protestantes contra os católicos a fim de evitar o surgimento de uma Alemanha unificada e forte. Para ele, retardar a unificação da Alemanha era uma questão de segurança. Um outro exemplo mais recente é política externa do Império Britânico no século XIX, que sempre buscou criar conflitos entre os países europeus de forma a evitar que surgisse uma união entre esses países ou uma grande potência, e que cobiçasse e ameaçasse seu vasto império colonial.

    Por isso o imperialismo tem sempre procurado balcanizar a Rússia, estimulando guerras e rivalidades dentro desse território, como na Chechênia e Daguestão, regiões de população predominantemente muçulmana.

    A transformação da Ucrânia em um cachorro louco contra a Rússia é algo muito semelhante, e teve como etapa crucial o golpe de estado que colocou os nazistas no poder, dirigido pelo imperialismo diretamente por meio do Departamento de Estado do governo Obama / Biden.

   Podemos concluir que a infiltração imperialista na Ucrânia, com investimentos bilionários em armas desde 2014 é um ato de guerra visando enfraquecer a Rússia cada vez mais. O que Biden e sua corja talvez não esperassem é a reação de Putin que não começou guerra alguma, mas está encerrando essa guerra que foi iniciada pelo imperialismo em 2014.

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