Imperialismo em frangalhos

Veto à resolução da ONU: mais uma derrota humilhante dos EUA

A incapacidade da ONU de votar uma resolução condenando a ação militar da Rússia mostra a contradição que há entre os países imperialistas

No Conselho de Segurança da ONU, uma tentativa de aprovar uma resolução que condenasse a ação militar da Rússia na Ucrânia falhou. A resolução foi votada na última sexta-feira e, dos 15 países que possuem cadeira no Conselho, 11 votaram a favor, 3 se abstiveram – China, Emirados Árabes e Índia – e apenas a Rússia votou contra. Como a Rússia possui cadeira permanente no Conselho, eles têm o poder de veto. Desta forma, a resolução não foi aprovada na ONU, uma organização controlada e manipulada pelos EUA.

 É preciso destacar, nesse sentido, que há uma contradição no interior do bloco imperialista que levou a essa situação. Por mais que o veto tenha se dado devido ao voto da própria Rússia, sua posição e dos outros países que se abstiveram da votação mostram que o imperialismo está enfrentando uma resistência dentro da própria Organização de controle da diplomacia mundial.

O Conselho de Segurança da ONU é formado por 15 membros. Destes, dez são rotativos e cinco são permanentes. Os permanentes são os que têm direito a veto; os quais correspondem aos Estados Unidos, Reino Unido, Rússia, França e China. 

A dificuldade que o imperialismo tem de controlar a ONU também é um demonstrativo da dificuldade que o imperialismo tem tido em impor sua política ao redor do mundo; como foi visto no caso do Afeganistão, do Cazaquistão, da Nicarágua, Venezuela e agora da Ucrânia. São estas importantes derrotas que demonstram a crise pela qual passa o atual regime político. 

É preciso também destacar a posição do Brasil, o qual se colocou a favor da condenação, mostrando que a ideia, alimentada por um setor da esquerda, de que Bolsonaro estaria ao lado de Putin era totalmente falsa. Apesar de ter havido alguma confusão na comunicação por parte do governo, o fato é que Bolsonaro se posiciona junto com o imperialismo porque não tem força para enfrentá-lo, trata-se de um fantoche de Biden e dos EUA. 

No que diz respeito à resolução, há ainda manobras a serem feitas dentro da ONU para votá-la. A principal delas seria apresentar um texto semelhante à Assembleia Geral das Nações Unidas, onde estão os 193 membros da ONU. 

O texto original, vetado no Conselho de Segurança dizia que a Rússia deveria “cessar imediatamente o uso da força” e “abster-se de qualquer ameaça ilegal ou uso de força contra um estado membro da ONU”. Além disso, também exigia que a Rússia “retirasse imediata, completa e incondicionalmente” suas forças militares da Ucrânia e “revertesse” a decisão de reconhecer a independência das províncias do leste ucraniano de Donetzk e Lugansk, em guerra, uma vez que “viola a integridade territorial”. Trata-se, evidentemente, de uma ingerência do imperialismo na política russa em favor dos massacres cometidos pelo governo golpista e de extrema-direita da Ucrânia contra a população russa em seu país. 

Situação da Alemanha

É interessante também comentar a relação da Alemanha com a Rússia, a qual tende a se deteriorar com a atual situação. Logo que houve o ataque das tropas russas aos alvos militares ucranianos, o chanceler alemão, Olaf Scholz, fez a seguinte declaração em seu twitter:

“A situação é grave. A paz na Europa é construída sobre a manutenção de fronteiras. Devemos retornar a estes princípios: a soberania do Estado é respeitada. As fronteiras não serão movidas”. 

A ministra das relações exteriores fez uma declaração mais dura, dizendo que o mundo “não esqueceria este dia de vergonha”. “A Alemanha está atordoada, mas não indefesa”, disse ela, anunciando um pacote de “sanções maciças”. 

A Alemanha importa 55% de seu gás natural da Rússia e já está criando sanções com relação a isso. Scholz decidiu suspender o Nord Stream 2 na segunda-feira, após o reconhecimento de Moscou das repúblicas separatistas do Donbass. As afirmações do governo são no sentido de que diminuirão as compras de gás e de carvão da Rússia no próximo período.

A preocupação da Alemanha também se dá, naturalmente, devido à proximidade de suas fronteiras com a Ucrânia e a possibilidade de o conflito se estender para dentro do seu território.

A ONU e o imperialismo farão o possível para sancionar e sufocar a economia russa. O imperialismo está em frangalhos, mas não irá deixar de usar tudo o que for possível para defender seus interesses. Conforme os países atrasados forem se revoltando contra o domínio dos EUA e seus associados, a tensão e as sanções devem se intensificar. O imperialismo será, no entanto, derrubado apenas com a revolução socialista e a tomada do poder pela classe trabalhadora. 

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